A DE-CIX, o operador mundial de Internet Exchange (IX), organiza entre 28 e 30 deste mês, em Lisboa, a 2.ª edição da Atlantic Convergence. Questionado sobre qual o grande de desafio que a IA coloca às redes digitais, o responsável salienta que a tecnologia “está a evoluir rapidamente e irá desempenhar um papel crucial na transformação de indústrias e modelos de negócio em diversos setores económicos, tornando-os prontos para o futuro”. Contudo, o desenvolvimento e implementação contínuos da IA ​​apresentam, também, alguns desafios para a infraestrutura digital. “O desafio mais imediato é a escala e o desempenho, dado que as cargas de trabalho de IA exigem uma utilização extremamente intensiva de dados” e, “embora o treino de IA necessite principalmente de um grande poder computacional, o principal requisito para a inferência de IA — que representará a grande maioria das cargas de trabalho relacionadas com a IA no futuro — é a conectividade de alto desempenho”, aponta Ivo Ivanov. Tal aumenta a pressão sobre “as redes em termos de capacidade, latência e resiliência, uma vez que será crucial que as redes futuras sejam capazes de garantir, de forma fiável, fluxos enormes e contínuos de dados entre centros de dados, nós edge e utilizadores finais com a menor latência possível”, refere o CEO da DE-CIX. “Ao contrário das ondas tecnológicas anteriores, a adoção da IA ​​está a acelerar rapidamente” e “as redes precisam de se adaptar com a mesma rapidez”, defende. Na DE-CIX, “estamos entusiasmados por termos lançado a primeira fase do nosso AI Internet Exchange, concebido para preparar a nossa plataforma global para a inferência de IA de alto desempenho”, sublinha o responsável. A inferência é o processo de usar um modelo de IA já treinado para analisar dados, ou seja, colocar o modelo em prática. Atualmente, “ligamos mais de 50 redes focadas em IA e disponibilizamos acesso para mais de 160 acessos à ‘cloud’, todos equipados com a nossa tecnologia flexível de encaminhamento multi-IA”, garantindo uma interligação segura, resiliente e de baixa latência (tempo real). Na próxima fase, “introduziremos a Ultra-Ethernet para treino de IA distribuída, tornando a DE-CIX a primeira a permitir a inferência e o treino à escala global”. Questionado sobre a futura Lei das Redes Digitais (‘Digital Network Act’), o CEO da DE-CIX saúda a iniciativa da União Europeia (UE). “A Lei das Redes Digitais constitui uma oportunidade única para garantir que as redes europeias se mantêm competitivas a nível global”, prossegue, destacando duas prioridades. Em primeiro lugar, os incentivos devem promover “o investimento a longo prazo em infraestruturas terrestres e submarinas, nomeadamente através de uma partilha justa dos custos e de uma simplificação do licenciamento”. Em segundo, “será importante promover a abertura e a interoperabilidade através de políticas que apoiem a interligação aberta, permitindo assim que as redes, os centros de dados e as plataformas funcionem em conjunto de forma integrada através das fronteiras”, considera. Em última análise, “a lei deve criar condições equitativas que permitam aos operadores, fornecedores de interligação e plataformas digitais colaborar na construção das redes de que a Europa necessita para a Era da IA”, remata. A Atlantic Convergence vai trazer os CEO das principais empresas e operadores de cabos submarinos e centros de dados com investimentos em Portugal, bem como visionários, especialistas, utilizadores avançados e arquitetos de infraestruturas digitais de ambos os lados do Atlântico. Leia Também: ChatGPT é usado por 800 milhões de pessoas por semana

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