advertisemen tO Governo antevê uma inversão da tendência de contração da economia nacional no terceiro trimestre deste ano, após três períodos consecutivos de retracção do Produto Interno Bruto (PIB), provocados pela instabilidade registada no rescaldo das eleições gerais de Outubro de 2024. Segundo informou a Lusa, a previsão foi avançada esta terça-feira (11), em Maputo, pelo porta-voz do Conselho de Ministros, Salim Valá, também ministro da Planificação e Desenvolvimento, no final da sessão semanal do Executivo. Questionado sobre os contínuos atrasos no pagamento de horas extraordinárias no sector da Educação, Valá associou a dificuldade orçamental à desaceleração económica verificada nos últimos trimestres. “Se se recordam, nós tivemos três trimestres seguidos de contracção económica. São momentos difíceis, com o PIB a desacelerar. A situação está tendencialmente a melhorar. Vamos ter, tudo indica, boas notícias no terceiro trimestre e, com mais capacidade para dinamizar a economia e arrecadar receitas, estes problemas poderão ser solucionados com maior facilidade”, afirmou o governante. Valá dirigiu ainda um apelo aos professores, no sentido de manterem o seu compromisso com a missão educativa, particularmente numa fase crítica do ano lectivo. “Pedimos compreensão. Esta é uma nova missão para o desenvolvimento do nosso país”, acrescentou. Dados oficiais indicam que Moçambique registou três trimestres consecutivos de retracção económica: -4,9% no quarto trimestre de 2024, -3,9% no primeiro trimestre de 2025 e -0,9% no segundo trimestre, tendo como principal factor a agitação social decorrente do processo eleitoral. A ministra das Finanças, Carla Loveira, já havia declarado, no passado dia 29 de Outubro, que os indicadores mais recentes da execução orçamental apontavam para um “caminho sólido” de retoma. Segundo a governante, os dados do terceiro trimestre revelam uma ligeira subida da receita pública e uma redução das despesas, em termos homólogos. Apesar de o primeiro semestre de 2025 apresentar uma contracção acumulada de 2,4%, as projecções oficiais mantêm a previsão de crescimento do PIB em 2,9% para o final do ano, com aceleração prevista para 3,2% em 2026 e uma média anual de 4,4% entre 2026 e 2028. Carla Loveira destacou que a recuperação económica será sustentada por reformas em curso nas finanças públicas, associadas ao crescimento gradual de sectores estratégicos como a energia, agricultura, gás natural e infra-estruturas. “Estes indicadores mostram que existe um horizonte de crescimento económico promissor, sustentável e inclusivo”, sublinhou. As projecções governamentais surgem numa altura em que instituições como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional têm alertado para os riscos de uma recuperação lenta, devido à instabilidade política e à vulnerabilidade fiscal. Ainda assim, o Executivo mantém o optimismo, apoiado na retoma gradual da produção e no desempenho positivo de sectores-chave como a energia, a agricultura e o gás natural, considerados essenciais para garantir uma trajectória de crescimento económico sustentável e resiliente nos próximos anos.advertisement

