O Governo prevê um crescimento económico de 3,2 % em 2026, de acordo com a proposta orçamental para aquele ano, que projecta o Produto Interno Bruto (PIB) em 1,6 bilião de meticais (23,5 mil milhões de dólares). Segundo informou a Lusa, a estimativa representa uma ligeira aceleração face aos 2,9 % previstos para 2025 e aos 2,2 % registados em 2024, anos marcados por instabilidade política no período pós-eleitoral. Em 2023, o crescimento económico foi de 5 %. Para 2025, o Executivo estima um PIB nominal de 1,5 bilião de meticais (21,8 mil milhões de dólares), enquanto em 2024 foi de 1,4 bilião de meticais (20,5 mil milhões de dólares).advertisement No quadro macroeconómico do orçamento para 2026, prevê-se uma taxa de inflação de 3,7 %, inferior aos 7 % projectados para 2025 e aos 3,2 % registados em 2024. As Reservas Internacionais Líquidas deverão garantir cobertura de 4,4 meses de importações em 2026, face aos 4,7 meses estimados para 2025 e aos cinco meses em 2024. Em matéria de comércio externo, o Governo espera um aumento das exportações de 8,2 mil milhões de dólares em 2025 para 8,4 mil milhões de dólares em 2026. No entanto, as importações deverão crescer de 9,2 mil milhões de dólares para 9,5 mil milhões de dólares no mesmo período, mantendo o défice comercial. “O objectivo é consolidar as contas públicas para estabilizar os indicadores da dívida, libertando espaço orçamental para responder às necessidades de investimento produtivo”, afirmou em Setembro Amílcar Tivane, secretário de Estado do Tesouro e Orçamento. O governante sublinhou ainda que a consolidação fiscal deve manter-se alinhada com a criação de condições para estimular o crescimento económico, defendendo um equilíbrio entre rigor orçamental e investimento. Analistas internacionais, como o Banco Mundial, têm revisto em baixa as projecções para Moçambique Tivane reconheceu que o contexto internacional e os choques externos impõem desafios às previsões económicas, razão pela qual o Governo continuará a apostar na racionalização da despesa pública. Entre as medidas prioritárias estão o controlo da massa salarial e a estabilização dos encargos com a dívida. O orçamento para 2026 prevê um nível de despesa equivalente a cerca de 32 % do PIB, receitas em torno de 28 % do PIB e um défice fiscal próximo dos 6 %. A cobertura deste défice será assegurada através de donativos e endividamento interno e externo, com uma abordagem de maior contenção para mitigar riscos. Para 2025, o défice projectado era de 5,6 % do PIB. O responsável pela pasta orçamental acrescentou que o plano fiscal para 2026 continuará centrado na promoção da credibilidade e transparência das finanças públicas, incluindo a aceleração das reformas destinadas a melhorar a arrecadação de receitas. As previsões inscritas na proposta orçamental para 2026 surgem num contexto de prudência fiscal e contenção orçamental, em que o Executivo estima que cerca de 94 % do orçamento será canalizado para o funcionamento do Estado e encargos com a dívida, deixando margens reduzidas para o investimento público. Embora o Governo antecipe um crescimento económico de 3,2 % no próximo ano, analistas internacionais, como o Banco Mundial, têm revisto em baixa as projecções para Moçambique, estimando um crescimento de apenas 1,8 % para 2025. Ainda assim, o Executivo mantém a meta de reduzir o défice orçamental para cerca de 1,7 mil milhões de dólares em 2026, apostando em medidas de consolidação fiscal e aumento da arrecadação de receitas internas.advertisement

