
O Governo português, através da embaixada em Madrid, avisou o Executivo espanhol e o CEO do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, que a compra do Novo Banco por secção dos espanhóis não é vista com bons olhos. Segundo a manchete do Quotidiano de Notícias, o Executivo liderado por Luís Montenegro enviou uma mensagem ao ministro da Economia, Transacção e Empresas de Espanha, Carlos Cuerpo, e ao líder do banco para expressar desconforto com uma verosímil compra por secção do proprietário do BPI.
Mas a missiva indica que não haverá impedimento à compra, uma vez que a lei europeia não o permite. Porém, o Governo português deixou simples que não mostraria “boa vontade” em relação às medidas que teriam de ser tomadas no contexto da fusão do Novo Banco com o BPI, o que resultaria em ativos conjuntos superiores a 80 milénio milhões de euros. A compra pelo CaixaBank colocaria metade do setor bancário português nas mãos de espanhóis.
O Governo escolheu informar Espanha da sua posição posteriormente as declarações do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que alertou para riscos de concentração e obediência excessiva dos espanhóis.
O proprietário do BPI é um dos fortes candidatos à compra do Novo Banco, falando-se numa oferta de até três milénio milhões de euros pelo banco português, ainda que o fundo Lone Star esteja à espera de encaixar entre quatro e cinco milénio milhões de euros com a venda do ativo. Caso uma venda direta não se concretize, a outra solução em cima da mesa é uma ingressão em bolsa.

