O governador da ilha de Hainão, no sul da China, Liu Xiaoming, anunciou nesta terça-feira (14) que quer ajudar os produtos lusófonos a entrarem no mercado chinês, defendendo sinergias com Macau e com os países de língua portuguesa. Segundo noticiou a Lusa, Xiaoming falava durante uma visita às instalações do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, conhecido como Fórum de Macau. Na altura, o responsável assumiu o compromisso de “construir Hainan como um centro para os países de língua portuguesa entrarem no mercado chinês”, apelando ao Fórum de Macau para que também ajudasse as empresas da ilha a “aprofundar o seu conhecimento das regras de mercado e dos ambientes de investimento dos países de língua portuguesa.” De acordo com um comunicado, Liu defendeu a aposta num “desenvolvimento sinérgico entre Hainão, Macau e os países de língua portuguesa”, e lembrou que a ilha irá tornar-se um porto franco antes do fim do ano. A partir de 18 de Dezembro, os produtos importados que sejam processados em Hainão – com um valor acrescentado de pelo menos 30% – podem entrar na China continental sem pagar taxas alfandegárias. Na segunda-feira (13), Liu Xiaoming reuniu-se com o líder de Macau, Sam Hou Fai, o primeiro chefe do Executivo da região semiautónoma chinesa que é fluente em português. De acordo com um comunicado do Governo de Macau, Sam defendeu que pode haver “complementaridade de vantagens” entre o porto franco de Hainão e a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau. Esta zona económica especial, gerida conjuntamente pela província de Guangdong e por Macau, foi lançada por Pequim em 2012 e abrange cerca de 106 quilómetros quadrados em Hengqin (ilha da Montanha), adjacente a Macau. A China estabeleceu Macau como plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003 e, nesse mesmo ano, criou o Fórum Macau, organismo que integra, além do país asiático, os nove países de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e, desde 2022, Guiné Equatorial. As exportações dos países de língua portuguesa para a China caíram 11,3%, para 86,6 mil milhões de dólares nos primeiros oito meses do ano, de acordo com dados oficiais.advertisement