Dois diplomatas moçambicanos foram homenageados na 9.ª edição da Gala Prémios da Lusofonia 2025, realizada na noite de sábado (11), no Casino Estoril, em Cascais, Portugal. Trata-se dos embaixadores Murade Isaac Murargy e Fernanda Lichale, cujas trajectórias de serviço à diplomacia foram reconhecidas com distinções de elevado prestígio, em nome da República de Moçambique e da comunidade lusófona em geral, tal como informou a Agência de Informação de Moçambique (AIM) Murade Murargy, antigo secretário Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), recebeu o Prémio Carreira, enquanto Fernanda Lichale, que exerceu funções como embaixadora de Moçambique em Portugal, foi distinguida com o Prémio Diplomacia. Ambos dedicaram os galardões ao povo moçambicano e às respectivas famílias, com Lichale a endereçar uma menção especial às mulheres do seu país. A cerimónia contou com a presença de distintas personalidades do espaço lusófono, entre as quais Stella Pinto Novo Zeca, embaixadora de Moçambique e representante da CPLP em Portugal; Maria de Fátima Monteiro Jardim, secretária executiva da CPLP; e o secretário de Estado da Cultura de Portugal, Alberto Santos. Durante o seu discurso, Murade Murargy apelou à união e ao reforço da cooperação no seio da CPLP, sublinhando: “A CPLP tem tudo para vencer! Todos não somos demais para continuar a construir a nossa comunidade. É tempo de voltarmos a repensar o nosso futuro.” As suas palavras surgiram num contexto em que se observam tendências de retracção política e a ascensão de movimentos extremistas em diversas regiões do mundo. A Gala Prémios da Lusofonia é promovida pela CLPI – Associação Internacional das Comunidades de Língua Portuguesa, entidade de carácter filantrópico e sem fins lucrativos, financiada por contribuições dos seus membros e por doações. O evento visa distinguir figuras e instituições que se destacam pelo seu contributo relevante à causa da lusofonia, promovendo a valorização da língua e cultura portuguesa no plano internacional. “A CPLP tem tudo para vencer! Todos não somos demais para continuar a construir a nossa comunidade. É tempo de voltarmos a repensar o nosso futuro.” Para além dos diplomatas moçambicanos, foram igualmente distinguidas figuras proeminentes do universo lusófono, nomeadamente os músicos angolanos Bonga Kwenda e Yola Semedo, entre outros representantes das áreas da cultura, literatura e política. De acordo com a nota oficial da organização, os prémios atribuídos a Murargy e Lichale reflectem o mérito de uma actuação diplomática esclarecida, que tem servido não apenas os interesses do Estado moçambicano, mas também os princípios da concórdia e da cooperação entre os povos de língua portuguesa. O percurso de Murade Murargy é particularmente assinalável, tendo ocupado cargos de alta responsabilidade, como embaixador de Moçambique em França, na UNESCO, no Brasil, na Argentina, no Chile, no Paraguai, no Uruguai e na Venezuela. Exerceu ainda funções como secretário-geral da Presidência da República durante o mandato do ex-chefe de Estado Joaquim Chissano, entre 1995-2005, e como Secretário Executivo da CPLP entre 2012-16. O Prémio Lusofonia, entregue a cada laureado, é composto por um troféu simbólico e um diploma representativo. Em edições anteriores, a distinção já foi atribuída a figuras de renome como Xanana Gusmão, Joaquim Chissano, José Ramos Horta, Domingos Simões Pereira, José Maria Neves, Murilo Rosa e António Sampaio da Nóvoa. Segundo os organizadores, a Gala pretende reconhecer o papel activo dos cidadãos e instituições que promovem uma cidadania de língua portuguesa dinâmica, aberta e competitiva no cenário global, reafirmando os laços culturais, históricos e linguísticos entre os países da CPLP.advertisement