Uma equipa de investigação internacional, liderada pela investigadora Vanessa Coelho-Santos da Universidade de Coimbra (UC), em Portugal, procurou perceber como é que estas células se comportam ao longo da vida, desde o nascimento e durante o envelhecimento. Os cientistas conseguiram desvendar que, com o avançar da idade, as microglias se alteram e comportam de forma diferente perante lesões no cérebro, acreditando que as conclusões desta investigação podem abrir caminho a abordagens terapêuticas ajustadas à idade e ao tipo de lesão cerebral. “Neste estudo, utilizando um modelo animal, utilizámos um laser de alta precisão para causar danos localizados no tecido cerebral e, com a mesma potência, simular lesões vasculares que bloqueiam temporariamente o fluxo sanguíneo. Isto permitiu-nos comparar as respostas microgliais a diferentes tipos de lesões ao longo da vida, concluindo-se que a idade tem um impacto significativo na morfologia e dinâmica das microglias em resposta a diferentes tipos de lesões cerebrais”, explica Vanessa Coelho-Santos, a investigadora do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT) do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da UC. “Esta variabilidade ajuda a explicar vulnerabilidades distintas ao longo da vida, como mecanismos associados a doenças do neurodesenvolvimento, quando há resposta inflamatória nas fases iniciais de vida, assim como défices de resposta em idades avançadas”, acrescenta. Embora as microglias sejam determinantes para o funcionamento do cérebro, ainda há diversos aspectos sobre o seu comportamento ao longo do tempo que permanecem desconhecidos. Foi neste contexto que Vanessa Coelho-Santos – em conjunto com uma equipa do Seattle Children’s Research Institute (Instituto de Investigação Infantil de Seattle) – estudou “a evolução morfológica e funcional destas células, desde o nascimento até à velhice.” A equipa de investigação procurou ainda “caracterizar a resposta das microglias a duas formas de lesões localizadas, em diferentes idades ao longo da vida, um aspecto que até agora permanecia pouco explorado”, partilha a neurocientista. Fonte: Notícias UC

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