a d v e r t i s e m e n tA 3.ª edição da Conferência M-Pesa FinTalks, que reuniu especialistas do sector das fintechs e da sociedade civil, trouxe à tona uma discussão sobre “Como a Inclusão Financeira Pode Remodelar as Dinâmicas do Mercado de Trabalho em Moçambique”, onde os oradores defenderam soluções inovadoras e políticas mais claras para transformar o acesso financeiro em oportunidades de trabalho e empreendedorismo.

Jaime Comiche, representante da Agência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), afirmou que a inclusão financeira deve ser entendida como uma ferramenta e não como uma solução isolada. “O problema não é apenas a falta de crédito. Muitas vezes são deficiências de qualificação, tecnologia e literacia financeira que impedem os jovens e as pequenas empresas de acederem às oportunidades”. Para Comiche, a experiência internacional mostra que é preciso aproximar políticas públicas, bancos, fintechs e organizações sociais para criar produtos adequados às necessidades reais da juventude.

Já Carlos Mondle, representante da associação Fintech MZ, realçou que o sector financeiro digital tem disponibilizado novas portas de inclusão. “Hoje, temos mais de 50 empresas fintech a operar em Moçambique, que providenciam soluções de pagamentos e de acesso ao crédito, permitindo oportunidades aos jovens, seja como empreendedores ou consumidores de serviços financeiros digitais.” No entanto, Mondle apontou desafios como as regulamentações excessivas, a dificuldade de licenciamento e a falta de quadros especializados no mercado.a d v e r t i s e m e n t

Por sua vez, Dário Camal, da Africa Youth for Development Commission, chamou a atenção para a necessidade de uma inclusão “real” e adaptada ao contexto local. “Não basta replicar modelos urbanos nas zonas rurais. É preciso falar com os jovens, ouvir as comunidades e criar produtos financeiros ajustados às suas realidades”, defendeu, apelando ainda para que futuras edições da conferência sejam descentralizadas e realizadas nas outras províncias do País, como uma estratégia de inclusão de mais jovens.

Os oradores foram unânimes em reconhecer que a Estratégia Nacional de Inclusão Financeira 2025-2031, aprovada recentemente, constitui um marco importante, mas insistiram que o caminho passa também pela educação financeira, literacia digital e simplificação das políticas de acesso a crédito. “Financiar a vendedora de tomate ou de chamuças pode ter tanto impacto quanto investir em grandes projectos. Este é o Moçambique real”, frisou Camal.

Para os painelistas, a inclusão financeira só terá um efeito transformador se for acompanhada por um ambiente de negócios saudável, políticas de incentivo ao empreendedorismo e uma visão integrada que não deixe ninguém para trás.

A terceira edição do M-Pesa Fintalks decorreu esta quinta-feira (11), em Maputo, e foi pautada por debates sobre inovação, sustentabilidade e desenvolvimento económico, assim como apresentações de soluções que contribuem para a inclusão financeira.

Texto: Ana Mangana a d v e r t i s e m e n t

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