
Voltamos ao défice ou não? Após volte-face, Miranda Sarmento explica-se
“<span class=”news_bold”>Posso garantir que com estas condições económicas, com a informação que temos hoje, projetamos excedentes orçamentais para os próximos anos”, afirmou o ministro das Finanças, em declarações transmitidas pela RTP3, na Polónia, à margem da reunião dos ministros da zona euro, ressalvando que “menos em 2026 por causa do efeito dos empréstimos do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”.
A presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), Nazaré da Costa Cabral, alertou na quinta-feira que o “mini ciclo de excedentes orçamentais pode estar terminado”, sendo que não há margem para mais medidas sem encontrar políticas de compensação.
Já o ministro da Economia sublinhou, no mesmo dia, ser “claríssimo” que Portugal não vai ter défice no próximo ano, depois de ter apresentado medidas de apoio à economia para mitigar o impacto das tarifas impostas pelos EUA. Acontece que, minutos antes, o responsável tinha assumido que “ninguém” podia dar essa garantia.
O responsável regressou a este tema sem que a questão lhe tivesse sido colocada, e apesar de os jornalistas já o terem antes questionado sobre as projeções do Conselho das Finanças Públicas (CFP).
Notícias ao Minuto com Lusa | 17:42 – 10/04/2025
“Incerteza internacional prejudica”
O ministro das Finanças revelou ainda que Portugal está atento ao impacto económico e considera que a incerteza prejudica as previsões:
“Temos previsões de crescimento robustas, naturalmente a incerteza internacional prejudica as previsões de crescimento, as decisões dos agentes económicos”, disse o ministro das Finanças. “Estamos muito comprometidos em manter o equilíbrio das contas públicas”, afirmou ainda.
“Estamos atentos aos impactos na economia portuguesa, veremos que níveis de tarifas teremos, que tipo de produtos serão mais ou menos afetados”, disse o ministro das Finanças, apontando para o programa que foi apresentado na quinta-feira de apoio às empresas. “Estará operacional dentro de algumas semanas”, apontou, com a expectativa de que “estes apoios rapidamente chegarão às empresas”.
“Era preciso saber o que a administração norte-americana faria”, disse Miranda Sarmento, respondendo a quem acusou o Governo de demorar a responder.
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