
Tribunal Decreta Prisão Preventiva Para Responsável Das Finanças de Venâncio Mondlane • Diário Económico
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O Tribunal Judicial da cidade de Maputo decretou nesta sexta-feira, 14 de Março, a prisão preventiva da responsável das finanças do ex-candidato Venâncio Mondlane. Glória Monteiro Nobre Chire foi detida no final da manhã de quarta-feira (12) na sua residência.
“A minha mandatária, Glória Nobre Chire, torna-se uma presa política. O juiz decidiu mandá-la para prisão efectiva”, avançou Mondlane na sua página oficial do Facebook.
Durante uma live, o político disse que a responsável pelas suas finanças foi detida e torturada psicologicamente. “Glória Monteiro Nobre Chire foi impedida de falar com a família e advogado por 48 horas, mas hoje foi apresentada a um juiz de instrução”.
“Ela estava enclausurada, fechada, não podia ver a família, foi feita uma criminosa ou terrorista, sem a presunção de inocência”, sublinhou.
Glória Monteiro Nobre Chire, 59 anos, é uma contabilista na reforma. A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem instaurados processos contra Mondlane, acusando o político, sobretudo, de incitação à violência nas manifestações pós-eleitorais que marcaram o País nos últimos meses.
Na terça-feira,11 de Março, Venâncio Mondlane foi ouvido na PGR sobre um dos oito processos em que é visado. “No encontro, foi-me feita uma saraivada de perguntas que têm que ver com a promoção das manifestações, a incitação à violência, os prejuízos à economia. Respondi a essas perguntas sem saber exactamente de que crime sou acusado.”
No mesmo dia, a PGR aplicou a medida de termo de identidade e residência a Mondlane. “Foi-me aplicada uma medida sancionatória e de limitação. Isto significa que eu não me posso deslocar sem avisar a PGR, não posso ficar por mais de cinco dias fora da minha casa.”
Perante esta situação, o político sublinhou que as medidas aplicadas não o impedem de continuar a exercer política e que, nos próximos dias, vai apresentar o partido que está a fundar. “Vou continuar a fazer a minha actividade política normal. A única questão é que todos os movimentos para além dos cinco dias têm de ser comunicados.”
Em Novembro passado, o Ministério Público exigiu uma indemnização de 1,6 milhão de dólares (105,4 milhões de meticais) pelos prejuízos causados durante as manifestações gerais na província de Maputo.
Num documento, foi explicado que esta acção foi apresentada junto do Tribunal Judicial da província de Maputo, requerendo a indemnização pela destruição e vandalização de bens de utilidade pública, naquela parte do País, salientando que os maiores prejuízos foram registados nas instalações da fronteira de Ressano Garcia.
As manifestações provocaram uma agitação generalizada, resultando em mais de 300 mortes, de acordo com organizações de direitos humanos.a d v e r t i s e m e n t