Setor do vinho muito apreensivo com tarifas que podem trazer muitos problemas – Vinho
O setor do vinho está “muito apreensivo e preocupado com a ameaça” de Donald Trump de retaliar às contramedidas da União Europeia com tarifas de 200% sobre as bebidas alcoólicas do Velho Continente. Sublinhando o peso dos EUA nas exportações nacionais, Frederico Falcão antecipa “muitos problemas” caso a ameaça se torne uma realidade.
“Nesta altura, estamos muito apreensivos e preocupados com esta ameaça [de Donald Trump], que muito esperamos que não passe disso”, diz o presidente da ViniPortugal, em resposta ao Negócios.
Trump disse que se a Europa não recuar nas tarifas de 50% sobre o whisky norte-americano, os EUA vão responder com tarifas de 200% sobre todos os vinhos, champanhes e outras bebidas alcoólicas.
“A virem a ser implementadas tarifas aos vinhos, sobretudo na ordem de grandeza que se fala, as nossas exportações seriam fortemente penalizadas, trazendo muitos problemas ao nosso sector vitivinícola”, acrescenta o responsável.
Este alerta é partilhado pelo presidente da Associação dos Viticultores Profissionais do Douro (Prodouro), Rui Soares, que diz que as tarifas anunciadas são “uma loucura para a nossa região”. “Uma notícia destas é mais um prego no caixão”, acrescentou em declarações à Lusa.
Embora França seja o principal destino dos vinhos portugueses, registando 103,4 milhões de euros em importações, os EUA reforçaram a sua posição como segundo maior mercado em 2024.
De acordo com dados da ViniPortugal, este mercado teve, no ano passado, um crescimento de 2%, contabilizando-se um valor de 102,1 milhões de euros de vinho que viajou para o outro lado do Atlântico.
“O mercado dos EUA representa cerca de 102 milhões de euros em exportações e é o 2º destino das nossas exportações de vinho. Os EUA são o país onde a ViniPortugal mais investe, pelo potencial de crescimento deste mercado”, diz Frederico Falcão.
E é por essa razão que o presidente da associação que representa o setor “apela à Comissão Europeia e ao Conselho Europeu que desenvolvam esforços para que o sector vitivinícola nacional e europeu não sejam prejudicados nesta disputa comercial”.
