
“Moçambique Está em Risco Devido à Redução da Ajuda Externa, ao Contrário de Outros Países Africanos”, Alerta Fitch • Diário Económico
a d v e r t i s e m e n tMoçambique é apontado pela agência de notação financeira Fitch Ratings como um dos países africanos em risco devido ao congelamento da ajuda externa dos Estados Unidos, decisão tomada durante a administração do Presidente Donald Trump.
De acordo com a Fitch, embora a maioria das economias africanas esteja em posição de resistir às tensões comerciais globais e aos cortes na ajuda internacional, alguns países, incluindo Moçambique, enfrentam sérios desafios orçamentais. A Etiópia, por exemplo, chegou a receber ajuda norte-americana equivalente a 80% das suas reservas cambiais. Moçambique, Uganda e Lesoto são igualmente considerados vulneráveis a uma eventual suspensão prolongada desses apoios.
A agência destaca que, apesar das pressões, países como África do Sul, Namíbia e Costa do Marfim continuam relativamente protegidos. No entanto, para o País, onde a ajuda externa tem um papel importante no financiamento de projectos sociais e infra-estruturais, o impacto pode ser significativo.a d v e r t i s e m e n t
Analistas da Fitch sublinham que este cenário pode comprometer a estabilidade fiscal e interromper projectos essenciais, particularmente em sectores como saúde, educação e resiliência climática, onde o apoio externo é crucial.
Durante um webinar realizado recentemente, Paul Gamble, chefe do grupo de classificações soberanas para o Médio Oriente e África na Fitch, salientou que reformas em curso em países como Nigéria e Seicheles permitem manter uma perspectiva positiva das suas classificações de crédito. Já no caso de Moçambique, tais reformas ainda enfrentam entraves estruturais e limitações financeiras.
Face a este contexto, a Fitch aponta que os bancos multilaterais africanos, de capitais maioritariamente africanos, podem assumir um papel mais relevante na mitigação dos efeitos provocados pela retirada de fundos estrangeiros. A agência também alerta para a crescente competição entre os EUA e a China pelo controlo de recursos estratégicos em África, o que poderá ter implicações geopolíticas no continente.
Fonte: Reutersa d v e r t i s e m e n t