“Mais de 85% da População Usa Roupa em Segunda Mão”, Revela Estudo • Diário Económico

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Pelo menos 85% da população do País, estimada em 34 milhões de habitantes, recorre à roupa em segunda mão, de acordo com um estudo intitulado “Situação Actual do Mercado de Vestuário em Segunda Mão em Moçambique”, apresentado esta quarta-feira, 19 de Março, informou a Agência de Informação de Moçambique.

O estudo revela que a crescente procura por roupa em segunda mão é impulsionada por diversos factores, sendo o preço um dos mais determinantes. A roupa usada pode custar até dez vezes menos do que a nova, o que torna esta opção extremamente atractiva para uma grande parte da população.

“Em Moçambique, pelo menos 85% da população utiliza roupa em segunda mão”, afirmou Brian Mangwiro, durante a apresentação do relatório, sublinhando ser comum, na cultura local, passar a roupa de uma pessoa para outra, em vez de a deitar fora.

O estudo, que visa analisar a relevância e o impacto da indústria do vestuário em segunda mão tanto no País como em África, foi desenvolvido pela empresa Consulting for Africa (CFA) Abalon Capital Limitada, sob encomenda da organização não-governamental ADPP Moçambique.

Em termos de volumes de consumo, Moçambique importa anualmente cerca de cinco mil toneladas de roupa usada, das quais aproximadamente quatro mil toneladas são vendidas no mercado nacional. As mil toneladas restantes não têm qualidade suficiente para ser utilizadas, sendo, por isso, descartadas ou aproveitadas para outros fins.

“A ADPP importa cerca de mil toneladas de roupa de segunda mão por ano”, afirmou Orlando Mapute, oficial de programas da ADPP Moçambique. O estudo também indica que os principais países de origem das importações de roupa usada para o País são a China, seguida pelos países da União Europeia (UE), Índia e Paquistão.

Em relação às receitas geradas pela importação e venda de roupa em segunda mão, o estudo destaca o impacto económico significativo desta indústria para os cofres do Estado. Anualmente, a importação e comercialização de vestuário usado gera cerca de 35 milhões de dólares em receitas fiscais para o Governo de Moçambique.

“Com o valor gerado pelas importações e venda de roupa em segunda mão, há uma contribuição significativa para os cofres do Estado, em termos de cobrança de impostos. Estamos a falar de cerca de 2,1 mil milhões de meticais (35 milhões de dólares) por ano”, afirmou Mapute.

O estudo foi realizado nas províncias de Maputo, Sofala e Nampula, regiões com o maior número de vendedores de roupa em segunda mão no País. De acordo com os dados apresentados, o sector da roupa usada emprega actualmente cerca de 288 mil pessoas, sendo que mais de 55% dos trabalhadores são mulheres.

Ao nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Moçambique ocupa a segunda posição em termos de importação de roupa usada, com uma média de 19% das importações totais da região. A Tanzânia lidera este ranking com 23%, enquanto a República Democrática do Congo ocupa o terceiro lugar, com 17% das importações de vestuário em segunda mão na SADC.

Este mercado, que tem vindo a crescer ao longo dos anos, continua a desempenhar um papel crucial na economia de Moçambique, tanto em termos de emprego como de geração de receitas fiscais para o Estado.a d v e r t i s e m e n t

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