
Investimentos no Gás, Alívio Cambial e Promessa de Transparência no Financiamento Local • Diário Económico
a d v e r t i s e m e n tA semana económica no País foi dominada por anúncios relevantes de investimentos estruturantes e medidas financeiras com potencial para impulsionar a economia nacional. Entre os principais destaques estão a aprovação de um financiamento de 7,2 mil milhões de dólares (540 mil milhões de meticais) para uma nova plataforma flutuante de Gás Natural Liquefeito (GNL) na bacia do Rovuma, a redução das reservas obrigatórias, que libertou mil milhões de dólares (63 mil milhões de meticais) para a economia, e a garantia do Governo quanto à transparência na gestão do Fundo para o Desenvolvimento Económico Local (FDEL).
A grande novidade foi anunciada na terça-feira, 8 de Abril – um dia após as celebrações do Dia da Mulher Moçambicana – com a aprovação oficial do investimento no projecto Coral Norte, avaliado em 7,2 mil milhões de dólares (540 mil milhões de meticais). Trata-se da segunda fase de desenvolvimento do campo de gás Coral, localizado na Área 4 da bacia do Rovuma, no Norte do País, e liderado pela petrolífera italiana Eni.
O projecto prevê a instalação de uma nova unidade de liquefacção de gás natural, do tipo FLNG (plataforma flutuante), com capacidade para produzir 3,55 milhões de toneladas por ano. A infra-estrutura incluirá seis poços de produção e deverá iniciar operações no segundo trimestre de 2028.a d v e r t i s e m e n t
Na sexta-feira, 11 de Abril, o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, anunciou que se prevê arrecadar cerca de 23 mil milhões de dólares (1,4 biliões de meticais) ao longo de 30 anos, em receitas provenientes de impostos e outras contribuições associadas ao projecto.
A semana económica no País foi dominada por anúncios relevantes de investimentos estruturantes e medidas financeiras com potencial para impulsionar a economia nacional. Entre os principais destaques estão a aprovação de um financiamento de 7,2 mil milhões de dólares (540 mil milhões de meticais) para uma nova plataforma flutuante de Gás Natural Liquefeito (GNL) na bacia do Rovuma (…)
“De acordo com o plano aprovado, o Governo arrecadará 23 mil milhões de dólares (1,4 biliões de meticais) em receitas, impostos e outras contribuições ao longo dos próximos 30 anos”, declarou Impissa, em conferência de imprensa realizada em Maputo.
Banco central liberta liquidez para estimular economia
Ainda esta semana, o Banco de Moçambique (BdM) apresentou um relatório que demonstra o alívio da escassez de divisas que vinha a preocupar o sector empresarial. Segundo a instituição, as reservas obrigatórias – montantes que os bancos comerciais são obrigados a manter junto do regulador – registaram uma redução de 22% em Janeiro de 2025, libertando cerca de mil milhões de dólares (63 mil milhões de meticais) para a economia.
O volume das reservas passou de 291 mil milhões de meticais, em Dezembro de 2024, para 227 mil milhões em Janeiro deste ano. Esta redução resulta da decisão do Comité de Política Monetária (CPMO), anunciada a 27 de Janeiro, que baixou o coeficiente de reservas obrigatórias de 39% para 29% em moeda nacional, e de 39,5% para 29,5% em moeda estrangeira, após mais de um ano de medidas restritivas destinadas a conter a inflação.
Fundo para o Desenvolvimento Local com promessa de gestão transparente
Por fim, o Executivo garantiu que estão criadas todas as condições para assegurar a transparência na gestão do Fundo para o Financiamento de Desenvolvimento Económico Local (FDEL), que visa apoiar projectos liderados por jovens em sectores como agricultura, pecuária, agro-processamento, pescas, indústria, comércio e serviços.
De acordo com o plano aprovado, o Governo arrecadará 23 mil milhões de dólares (1,4 biliões de meticais) em receitas, impostos e outras contribuições ao longo dos próximos 30 anos
Durante a sessão parlamentar de “Perguntas ao Governo”, realizada na quinta-feira, 10 de Abril, o ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Valá, sublinhou que o fundo se destina exclusivamente a cidadãos moçambicanos e será gerido com rigor e inclusão.
“Foram criadas condições para que todo o processo seja transparente e inclusivo”, assegurou o ministro, sublinhando a criação de uma “comissão composta por representantes da área económica dos governos distritais ou municípios, agentes económicos, líderes comunitários, instituições académicas e organizações da sociedade civil.”
Com estes desenvolvimentos, a semana económica encerra com sinais de dinamismo, expectativas de maior liquidez no mercado e reforço da confiança nos mecanismos públicos de financiamento local.
Texto: Nário Sixpenea d v e r t i s e m e n t