Hotéis e Restaurantes Enfrentaram Queda de Quase 15% no 4.º Trimestre de 2024 Devido à Crise Pós-Eleitoral • Diário Económico

O sector de hotéis e restaurantes em Moçambique sofreu uma queda de quase 15% no quarto trimestre de 2024, em consequência da instabilidade política e social gerada pela crise pós-eleitoral. Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) indicam que a actividade económica deste sector registou uma diminuição de 14,7% comparativamente ao mesmo período do ano anterior, reflectindo os impactos directos das manifestações e da violência nas ruas, que marcaram o pós-eleições de 9 de Outubro.a d v e r t i s e m e n t

O relatório do INE revela que, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique teve uma variação negativa de 4,87% no último trimestre de 2024, o sector de hotéis e restaurantes foi o mais afectado, seguido pela indústria transformadora, comércio e serviços de reparação.

Esses sectores enfrentaram quedas de 11,14%, 10,64% e 10,06%, respectivamente. A retracção destes mercados afectou a previsão inicial de crescimento económico, que era de 5,5% para 2024, reduzindo as projecções para apenas 3,3%.a d v e r t i s e m e n t

A agitação social provocada pelos resultados eleitorais resultou em protestos violentos, bloqueios de estradas, vandalização de propriedades, saques e confrontos com a polícia. O cenário de insegurança e desordem causou perdas directas a quase mil empresas, afectando não apenas a indústria de serviços, mas também o comércio e a indústria mineira.

Além dos prejuízos directos aos hotéis e restaurantes, a crise afectou cerca de mil empresas

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) indicou que as manifestações pós-eleitorais provocaram prejuízos superiores a 510 milhões de dólares (32,2 mil milhões de meticais) e deixaram mais de 17 mil pessoas desempregadas.

O comércio foi o sector mais atingido e, embora o impacto tenha sido significativo, a associação sublinhou que as perdas se acentuaram especialmente durante o período festivo de Dezembro, com um valor estimado de 117 milhões de dólares (7,4 mil milhões de meticais), decorrentes das paralisações e destruição de bens.

O impacto directo da crise nas empresas do sector de turismo, incluindo hotéis e restaurantes, reflecte não apenas a queda nas receitas, mas também a redução da confiança dos consumidores e a diminuição das viagens e actividades económicas nas zonas afectadas. As expectativas para 2025 não são animadoras, com o sector a tentar recuperar de um dos períodos mais turbulentos da sua história recente.

O Governo continua a monitorizar a situação e a procurar estratégias para mitigar os efeitos da crise, enquanto empresários e trabalhadores tentam reerguer-se diante dos desafios impostos pela instabilidade política.

Fonte: Lusaa d v e r t i s e m e n t