
Governo Admite Persistência de Ataques, Mas Garante Controlo da Situação • Diário Económico
a d v e r t i s e m e n t
O Governo reconheceu que persistem ataques armados efectuados por grupos extremistas na província de Cabo Delgado, no Norte do País. No entanto, assegura que a situação está controlada graças à actuação das Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique e à colaboração com tropas do Ruanda.
A informação foi partilhada na sexta-feira (11) pelo porta-voz do Executivo, Inocêncio Impissa, durante uma conferência de imprensa em Maputo, onde foi confrontado por jornalistas sobre relatos recentes de novos focos de violência na região.
“Sim, o Governo está ciente”, confirmou Impissa, referindo que o Estado continua a monitorizar e a intervir nos locais afectados, “com o apoio das forças amigas do Ruanda e temos conseguido manter o controlo da situação”, sublinhou.
Nos últimos dias, Cabo Delgado voltou a ser palco de ataques protagonizados por insurgentes associados ao grupo extremista Estado Islâmico, que têm invadido aldeias, assassinado civis e saqueado bens das populações.
Apesar da violência persistente, o Governo aponta como sinal positivo o avanço do revezamento da Chama da Unidade Nacional — iniciativa lançada pelo Presidente da República no dia 7 de Abril no distrito de Nangade, Cabo Delgado — que percorre actualmente o País rumo a Maputo, onde culminará no dia 25 de Junho, por ocasião das celebrações dos 50 anos da independência nacional.
“Temos acompanhado imagens em directo, com a participação de cidadãos locais, a cantar, dançar e a celebrar”, disse Impissa, destacando que “se a situação estivesse fora de controlo, esses eventos simplesmente não estariam a acontecer.”
Ataques causam novos deslocamentos
Apesar da retórica governamental, dados recentes da Organização Internacional para as Migrações (OIM) indicam que os ataques entre 31 de Março e 2 de Abril no distrito de Ancuabe provocaram o deslocamento de 1473 pessoas, provenientes das aldeias de Nonia e Mihegane. Mais de 56% são crianças, segundo o relatório da agência das Nações Unidas, que alertou para o aumento do receio da população face à violência crescente.
A insurgência armada em Cabo Delgado teve início em Outubro de 2017 e, apesar dos avanços militares registados nos últimos anos, continua a representar uma séria ameaça à segurança e à estabilidade da região.
O último ataque de grande escala ocorreu nos dias 10 e 11 de Maio de 2024, na sede do distrito de Macomia, onde cerca de uma centena de insurgentes assaltou a vila, provocando várias mortes e violentos confrontos com as FDS e os militares ruandeses.a d v e r t i s e m e n t