
Colaborador de Venâncio Mondlane Sofre Atentado • Diário Económico
a d v e r t i s e m e n t
O político e ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane confirmou que um dos seus principais mobilizadores nacionais, Joel Amaral, foi baleado neste domingo, 13 de Abril, por desconhecidos, na cidade de Quelimane, na província da Zambézia, na região Centro de Moçambique.
“É com profunda tristeza e indignação que confirmo a notícia sobre o baleamento do nosso mobilizador nacional Joel Amaral, carinhosamente conhecido como MC Trufafa. O nosso querido Joel foi brutalmente atacado, sofrendo três tiros, dos quais dois atingiram os seus membros inferiores e um atingiu a parte da cabeça”, descreveu Mondlane numa mensagem publicada na sua conta oficial da rede social Facebook.
Joel Amaral, músico e autor de temas que mobilizaram apoiantes de Venâncio Mondlane nas campanhas eleitorais para as autárquicas (2023) e depois para as presidenciais (2024), foi baleado no bairro Cualane 2.º.
“Não restam dúvidas de que este acto cobarde é um claro exemplo de intolerância política que permeia o nosso País. Como podemos falar da chama da unidade nacional [iniciativa governamental para assinalar os 50 anos da independência] enquanto Moçambique cheira a pólvora? É inaceitável que a violência e a perseguição se tornem parte da realidade de qualquer moçambicano, especialmente daqueles que se dedicam a promover a paz, igualdade e a Justiça”, sublinhou.
De acordo com o político, trata-se de um cenário de perseguição aos seus apoiantes e a qualquer cidadão que exerça o seu direito à livre expressão, sustentando que a situação deve acabar.
“É hora de nos unirmos contra a violência e a opressão, e de exigir um Moçambique onde todos possam viver em segurança e dignidade. A luta pela justiça e pela paz é uma responsabilidade de todos nós, e não podemos permitir que o medo e a intolerância prevaleçam. Que este triste episódio sirva como uma chamada à acção para todos, para que juntos possamos construir um futuro mais justo e pacífico para a nossa nação”, sustentou.
Presidente da República condena atentado contra o músico e político
Por sua vez, em reacção, o chefe do Estado Daniel Chapo endereçou uma mensagem de repúdio e solidariedade na sequência do baleamento de Joel Amaral, desejando uma rápida e plena recuperação da vítima e estendeu a sua solidariedade à família, amigos e colegas.
“Recebemos, com profunda preocupação, a notícia do baleamento. Este acto de violência gratuita não é apenas um ataque contra um cidadão que contribui com o seu saber e dedicação ao nosso país, mas também uma afronta à democracia e aos princípios de um Estado de Direito, que todos devemos proteger”, declarou.
O governante sublinhou: “Não podemos, nunca, permitir que exista lugar para o medo em Moçambique” e exigiu que “o condenável acto seja cabalmente esclarecido pelas autoridades competentes e que se faça valer a lei.”
Presidente da República Daniel Chapo e candidato da oposição, Venâncio Mondlane
Chapo reiterou que este trágico episódio não deve desviar o País do caminho da construção de uma nação mais justa, inclusiva e respeitadora da vida e da dignidade humanas. “Só em paz e em segurança podemos trabalhar e desenvolver o nosso país”, concluiu.
O atentado surge numa altura em que o Governo e os partidos políticos estão envolvidos em debates para restaurar a ordem e tranquilidade no País. Em 2024, logo após as eleições gerais, o assessor jurídico de Venâncio Mondlane, o conhecido advogado Elvino Dias e o mandatário do Podemos, Paulo Cuambe, partido que apoiava a sua candidatura presidencial, foram assassinados numa emboscada à viatura em que seguiam no centro de Maputo.
Na sequência deste acontecimentos, o ex-candidato presidencial convocou protestos que, em cinco meses, provocaram 390 mortos em confrontos com a polícia, segundo dados de organizações da sociedade civil, degenerando igualmente em saques e destruição de empresas e infra-estruturas públicas.
A 23 de Março, Venâncio Mondlane e Daniel Chapo encontraram-se pela primeira vez e foi assumido o compromisso de cessar a violência no País.a d v e r t i s e m e n t