
Carris quer novo projecto para melhorar transportes em Lisboa até 2030
A informação foi prestada por Pedro Bogas, no discurso de uma audição realizada pela 8.ª percentagem permanente da Tertúlia Municipal de Lisboa, sobre a atividade da empresa, no contexto de uma recomendação apresentada pela Iniciativa Liberal.
A atual rede da Carris, denominada de “Rede 7”, foi implementada em 2006.
Pedro Bogas reconheceu perante os deputados da percentagem que a atual rede da Carris “não tem escoltado a dinâmica da cidade e os percursos de mobilidade”, justificando a urgência de ser implementado um novo.
Mas, o responsável alertou para o facto de se tratar de um “processo muito multíplice” e de “difícil implementação”, estimando que se inicie em 2026 e esteja concluído em 2030.
Durante a audição, o presidente da Carris reconheceu também a existência de vários problemas que afetam o serviço de transporte, nomeadamente a vácuo de painéis informativos nas paragens e os atrasos de muitas carreiras.
Segundo dados do relatório e contas da Carris de 2024, a velocidade média de circulação dos autocarros e elétricos tem vindo a diminuir, situação que é justificada com excesso de trânsito, mau estacionamento, ocupação indevida das faixas BUS e obras na cidade de Lisboa.
Na terça-feira, em expedido, a Carris tinha oferecido conta de que em pouco mais de seis meses foram registadas mais de 3.000 infrações por utilização indevida das paragens e dos corredores BUS, em operações desenvolvidas pelas forças de segurança.
No entanto, segundo Pedro Bogas, brevemente essas ações de fiscalização irão ser realizadas novamente por agentes da Carris, uma vez que a empresa dispõe, desde 2018, dessa cultura.
O responsável adiantou que também neste contexto, em pronunciação com a Câmara de Lisboa, a Carris está a desenvolver um conjunto de outras ações que passam, nomeadamente, “pela geração de novos corredores BUS e pela implementação de prioridade semafórica nos cruzamentos mais relevantes”.
Relativamente aos painéis informativos nas paragens, reconheceu que o processo de obtenção será “gradual”, mas que serão mais adaptados à verdade atual.
Sobre novas carreiras e projetos, Pedro Bogas referiu um estudo que está a ser desenvolvido para a geração de uma risca de elétrico que ligue as zonas da Subida de Lisboa a Entrecampos e o Terreiro do Paço ao Parque Tejo, o eleito 16 E, em ducto devotado.
Relativamente à relação entre a Subida de Lisboa e Entrecampos, o presidente da Carris ressalvou que nascente projeto ainda está em tempo de estudo, mas manifestou-se positivo de que terá “uma boa procura”, uma vez que se encontra numa zona com pouca oferta.
Já sobre o projeto do eleito 16 E, que já tinha sido apresentado publicamente, Pedro Bogas indicou somente a calendarização prevista, apontando a sua desenlace para 2028.
No dia 01 de abril deste ano, a Carris tinha anunciado que o Terreiro do Paço, em Lisboa, e o Parque Tejo, em Loures, iriam permanecer ligados a partir de 2028 através de um elétrico em ducto devotado, num investimento de 160 milhões de euros.
O elétrico 16 E integra-se no desenvolvimento do projeto eleito Traço Intermodal Sustentável (LIOS), sem data prevista de desenlace.
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