
Bruxelas vai rever em baixa crescimento da UE neste ano – Conjuntura
A Comissão Europeia vai rever em baixa a previsão de crescimento para a economia da União Europeia neste ano citando impactos da política da nova Administração norte-americana de Donald Trump. Esta estará já a contribuir para travar o investimento num momento em que permanece elevada a incerteza sobre o quadro macroeconómico do espaço da moeda única com o anúncio, por concretizar, de novas tarifas que atingirão os países europeus.
O anúncio foi feito pelo vice-presidente da Comissão Europeia com a pasta da Economia, Valdis Dombrovskis, após reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro, nesta segunda-feira. “Esperamos que economia da UE cresça a um ritmo ligeiramente mais lento do que aquele que projetámos nas previsões do pacote de Outono e, novamente, a incerteza é particularmente elevada”, indicou o responsável do executivo europeu.
Em novembro, a equipa económica de Bruxelas via uma dinâmica de retoma para um crescimento de 1,5% ao nível dos 27, e de 1,3% no espaço da moeda única, neste ano, com alguma aceleração face a 0,9% e 0,8% estimados em 2024, respetivamente para UE e Zona Euro.
Os dados preliminares do Eurostat já conhecidos indicam que o crescimento da Zona Euro no ano passado terá ficado um pouco abaixo do esperado, nos 0,7%, com a UE a avançar 0,9%.
Mas, apesar de continuar a ver condições para alguma melhoria de ritmo nas economias europeias, a Comissão admite agora que o cenário é já mais desfavorável do que há três meses, sobretudo por efeito das medidas anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“A incerteza relacionada com as nossas políticas comerciais aumentou substancialmente e está já a ter um impacto negativo na economia global, incluindo nos EUA, mas também a União Europeia é afetada uma vez que a incerteza coloca um travão ao investimento e reduz as perspetivas de uma melhoria externa”, indicou Dombrovskis sobre a atualização da análise do cenário macroeconómico feita junto dos ministros das Finanças do euro em Bruxelas.
“O segundo fator que está a limitar a nossa economia é que os preços da energia voltaram a aumentar nos últimos meses”, juntou.
(Em atualização)