Banco de Cabo Virente sugere microfinanças digitais, Techpark mostra ferramentas

“Em Cabo Virente, algumas instituições de microfinanças já iniciaram o processo de digitalização, mormente na superfície de crédito, porém, o setor porquê um todo ainda não apresenta a mesma dinâmica observada a nível internacional”, lê-se no mais recente relatório sobre o segmento, consultado pela Lusa.
 
A aposta na digitalização dos produtos e serviços “poderá apresentar-se porquê uma oportunidade”, porque as tendências mundiais de digitalização, inclusão financeira e sustentabilidade “têm o potencial de transformar, significativamente, a oferta de produtos e serviços, tornando-os mais acessíveis e eficientes”. 
O BCV dá exemplos de produtos que já existem noutros países: carteiras digitais, ‘mobile money’, aplicações de empréstimos ‘online’, avaliação automatizada de crédito, instrução financeira do dedo e gestão do dedo de portfólio de empréstimos. 
“Esses serviços podem reduzir os custos operacionais e ampliar o chegada aos serviços financeiros, mormente em áreas remotas”, porquê acontece nalgumas ilhas cabo-verdianas, com população frequentemente na sujeição de remessas de emigrantes para atividades diárias.
Questionado pela Lusa, Carlos Monteiro, presidente do Techpark, referiu que a superfície de incubação de empresas que está em desenvolvimento no recém-inaugurado Parque Tecnológico de Cabo Virente e poderá ser a chave para encontrar soluções digitais para as microfinanças do arquipélago.
Aquele responsável dá exemplos de projetos que ali estão a nascer para tentar responder a necessidades de outras entidades, porquê a Bolsa de Valores de Cabo Virente (BVC) ou a Empresa de Distribuição de Eletricidade (EDEC, antiga Electra).
“Temos lançado ‘hackatons’ com desafios reais”, ou seja, encontros de programadores e empreendedores em que são apresentados cenários que precisam de ser atendidos com aplicações ou outras soluções digitais inovadoras.
“Uma ‘startup’ surgiu numa formação em contexto laboral, em que a BVC apresentou um problema” e uma equipa “apresentou um protótipo” de solução — protótipo que ganhou autonomia para lá da formação e está agora a ser desenvolvido no Techpark, com base da Bolsa de Valores.
Noutro caso, a empresa de distribuição de vigor procurou soluções para combater as perdas de eletricidade, “houve ‘startups’ que quiseram abraçar o problema e surgiram soluções” que agora passam pela temporada de incubação, pelo tempo que for necessário, “até à maturidade” do resultado, com base da EDEC.
“É um protótipo tripartido”, refere Carlos Monteiro, em que há uma premência, inovadores e o parque, com infraestruturas e condições para o desenvolvimento.
As ‘fintech’, tecnologias digitais, com aplicações populares porquê MB Way, PayPal ou Revolut, têm desenvolvido em todo o mundo e são uma das áreas que se cruza com o ecossistema do Techpark.
“Há toda uma novidade geração que domina ferramentas digitais” e, por outro lado, “para países com tradição de muita informalidade e pessoas não bancarizadas, essas ‘fintech’ podem ser uma ajuda e um ducto mais atingível” para a inclusão financeira, referiu.
Cabo Virente tem sete instituições de microfinanças (cinco cooperativas e duas mutualidades), com 10.359 clientes ativos e 4.024 membros depositantes.
Os seus ativos representaram 0,54% do Resultado Interno Bruto (PIB) e 0,38% do totalidade de ativos do sistema financeiro do arquipélago, mas, apesar da reduzida percentagem, o relatório do BCV indica que o setor tem uma “importante função social”.
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