advertisemen tA economia oceânica da África do Sul está a emergir como um pilar estratégico do crescimento nacional, com mais de 230 milhões de dólares em investimentos sustentáveis canalizados para indústrias marítimas. O foco renovado do país na sua “economia azul” reflecte uma ambição de longo prazo de equilibrar a protecção ambiental com a expansão económica e a criação de empregos. De acordo com o Departamento de Florestas, Pescas e Ambiente (DFFE), os investimentos provêm de iniciativas públicas e privadas no âmbito do Plano Director da Economia Oceânica, uma estrutura que se baseia no programa anterior Operação Phakisa, que visa acelerar a implementação de soluções e políticas de forma rápida. Juntas, estas iniciativas estão a remodelar a paisagem costeira e marítima da África do Sul, visando áreas como a aquicultura, o transporte marítimo, a energia offshore, o turismo costeiro e a conservação da biodiversidade. Num recente fórum de investimento marítimo, o ministro do Meio Ambiente, Florestas e Pesca, Dion George, destacou que a contribuição da economia oceânica para o Produto Interno Bruto (PIB) e para o emprego têm aumentado constantemente. “Os oceanos têm o potencial de adicionar milhares de milhões à nossa economia e criar milhares de postos de trabalho se forem geridos de forma sustentável. O nosso foco é transformar esse potencial em realidade por meio de investimentos responsáveis e inovação”, afirmou o governante. Sectores estratégicos que impulsionam o crescimento Os investimentos têm fluido para várias áreas-chave: Aquacultura: expansão de projectos sustentáveis de piscicultura e incubação ao longo das costas do Cabo Ocidental e KwaZulu-Natal. Infra-estrutura portuária e logística: melhorias em Durban, Saldanha Bay e Coega estão a aumentar a eficiência do transporte marítimo regional e a atrair capital privado. Energia oceânica renovável: projectos-piloto de energia das marés e das ondas estão a ganhar força como parte da transição energética mais ampla da África do Sul. Turismo costeiro e conservação: zonas integradas de turismo marinho estão a ser desenvolvidas com princípios de conservação no seu cerne, incentivando empreendimentos de ecoturismo liderados pela comunidade. Essas iniciativas foram concebidas para estimular as cadeias de valor locais — desde a reparação de navios e exportação de frutos do mar até à construção de infra-estruturas verdes —, promovendo ao mesmo tempo a resiliência climática e a protecção da biodiversidade. Equilibrando crescimento e sustentabilidade A economia azul da África do Sul faz parte de um movimento continental crescente para alinhar a resiliência económica com a gestão dos oceanos. A Estratégia Marítima Integrada da África 2050 da União Africana posiciona os oceanos do continente como activos críticos para o desenvolvimento sustentável e para o comércio. No entanto, à medida que o país atrai uma maior participação do sector privado, os decisores políticos estão cientes dos riscos — incluindo a sobreexploração dos recursos marinhos, a poluição e a degradação costeira. O Governo reforçou os mecanismos de supervisão ambiental para garantir que os investimentos continuem alinhados com os princípios de sustentabilidade. Um modelo para a cooperação regional O progresso da África do Sul também traz lições para toda a região. A Comissão da Corrente de Benguela, uma parceria com a Namíbia e Angola, fornece uma estrutura para a gestão partilhada dos recursos marinhos ao longo de uma das zonas de pesca mais ricas do mundo. Ao combinar políticas baseadas na ciência com práticas de investimento transparentes, a África do Sul está a posicionar-se como um centro regional para a governança dos oceanos e a inovação azul. A maré de oportunidades Com os seus três mil quilómetros de costa e acesso aos oceanos Atlântico e Índico, a fronteira marítima da África do Sul continua muito subdesenvolvida. O afluxo de investimento sustentável sinaliza uma nova fase — uma fase em que a conservação marinha, o crescimento industrial e a criação de emprego podem coexistir sob uma única visão económica. Como observou o ministro Dion George, “os nossos oceanos não são apenas um património natural; são um activo financeiro e social. Quando geridos com sabedoria, podem impulsionar a prosperidade inclusiva para as gerações futuras.” Fonte: Further Africa