A Confederação das Associações Económicas (CTA) reuniu-se, esta quinta-feira (2), em Maputo, com uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) para analisar reformas que contribuam para a redução da dívida pública e para o fortalecimento do sector privado nacional. Segundo informou a Agência de Informação de Moçambique (AIM), o director executivo-adjunto da CTA, Eduardo Macuácua, explicou que a harmonização das obrigações fiscais das empresas nacionais é uma das prioridades discutidas com o FMI. “O que arrecadamos como receita está abaixo do nível da despesa pública. O FMI propõe a redução da despesa para equilibrar este défice, mas também importa aumentar a base tributária”, afirmou. Segundo Macuácua, actualmente apenas 20 a 30% da economia formal paga impostos, enquanto a maioria da economia informal não contribui significativamente para as receitas do Estado. “É urgente simplificar os processos de registo e licenciamento de negócios, para que mais operadores possam formalizar-se e pagar impostos”, defendeu.advertisement O responsável sugeriu ainda que o Governo reavalie os benefícios e isenções concedidos a alguns investimentos estrangeiros, de modo a reforçar as receitas públicas e promover maior equidade fiscal. Durante o encontro, o FMI partilhou experiências de outros países que enfrentaram desafios semelhantes e aceitou o convite da CTA para participar na 20.ª Conferência Anual do Sector Privado (CASP), agendada para 12 a 14 de Novembro, em Maputo. A dívida pública de Moçambique continua a aumentar, tendo atingido no segundo trimestre de 2025 cerca de 1,1 bilião de meticais (17,4 mil milhões de dólares), 79,1% do PIB. A componente interna cresceu significativamente, enquanto a externa manteve uma ligeira retracção, pressionando as contas públicas. Apesar disso, o custo do serviço da dívida (juros e amortizações) recuou 7,5 % no primeiro semestre face a 2024, para cerca de 27 mil milhões de meticais. O Banco de Moçambique tem alertado para a necessidade de reforçar as receitas e conter a despesa para assegurar a sustentabilidade fiscal.advertisement