O ‘stock’ do crédito à economia moçambicana aumentou 1% em 12 meses, aproximando-se de um novo máximo em Setembro, ao atingir cerca de 292,4 mil milhões de meticais (4,6 mil milhões de dólares), segundo dados divulgados pelo Banco de Moçambique (BdM). De acordo com o relatório estatístico do BdM, o valor registado em Setembro contrasta com os 289,5 mil milhões de meticais (4,5 mil milhões de dólares) no mesmo mês de 2024, aproximando-se do pico de 292,8 mil milhões de meticais (mais de 4,6 mil milhões de dólares) alcançado em Maio deste ano. Os dados do Banco indicam que o crédito a particulares continuou a liderar, crescendo em Setembro face a Agosto, para 101,1 mil milhões de meticais (1,6 mil milhões de dólares), evidenciando a procura constante de financiamento pelas famílias moçambicanas.advertisement Segue-se o sector dos transportes e comunicações, cujo crédito concedido caiu para 24,9 mil milhões de meticais (437 milhões de dólares), a indústria transformadora registou 21,7 mil milhões de meticais (340 milhões de dólares), enquanto o comércio disparou para 24,8 mil milhões de meticais (390 milhões de dólares). A Associação Moçambicana de Bancos (AMB) anunciou que a taxa de juro de referência para o crédito vai recuar 0,20% em Dezembro, para 15,80%, após sucessivos cortes iniciados em Janeiro de 2024, quando a ‘prime rate’ atingia máximos de 24,1%. Segundo o governador do BdM, Rogério Zandamela, “esta modesta redução reflecte o agravamento dos riscos e incertezas associados às projecções da inflação, com destaque para o atraso no pagamento dos instrumentos da dívida pública interna pelo Estado. As perspectivas da inflação mantêm-se em um dígito no médio prazo.” A taxa de juro de política monetária MIMO, que influencia a ‘prime rate’, foi cortada 11 vezes consecutivas desde Janeiro de 2024, atingindo 9,75% em Setembro e 9,8% em Novembro, apesar da preocupação do BdM com os atrasos no pagamento da dívida pública. Rogério Zandamela alertou ainda que “o endividamento público interno continua a agravar-se”, o que afecta o funcionamento normal do mercado financeiro, sublinhando a necessidade de medidas para estabilizar a economia e controlar a inflação. O Comité de Política Monetária (CPMO) do BdM reúne-se de dois em dois meses, e a próxima reunião está marcada para 28 de Janeiro de 2026, quando serão avaliadas novas medidas de política monetária e a evolução do crédito à economia moçambicana.advertisement

