Carlos Passos, que é ‘project officer aviation cyber’, esteve em Lisboa na quinta-feira, onde participou num evento da AED Cluster Portugal sobre promover a ciberdefesa e a cibersegurança europeias: tecnologias, operações e oportunidades (‘Advancing European Cyber ​​Defence and Cybersecurity: Technologies, Operations and Opportunities’, em inglês). Os ciberataques tem vindo a aumentar e o setor da aviação não tem sido imune a isso, como recentemente o caso do aeroporto de Bruxelas, por exemplo. Questionado sobre o maior desafio que as entidades e as pessoas têm na área da cibersegurança, o responsável por projetos ciber na aviação aponta que é preciso que todos estejam conscientes que os ciberataques existem e que todos podem ser alvos. “O maior desafio é o ‘public awareness’ (consciência pública), que é o elo mais fraco. Formação e treino existem, até grátis, o Centro Nacional de Cibersegurança” tem feito um trabalho nesta área, acrescenta Carlos Passos. No fundo, é preciso “mais literacia na área da cibersegurança, mais investigação e continuar com as formações”. Os cibertaques vieram para ficar e com a tecnologia mais sofisticada, estes serão também mais sofisticados. “Com esta digitalização toda naturalmente que estamos muito mais expostos”, considera o responsável da AED, apontando que “há empresas que ainda se retêm a dizer (que foram alvo), o que não é correto”. Aliás, “uma coisa que apregoamos é que devem logo dizer (que foram alvo de um cibertaque), até para prevenir” os clientes. Questionado sobre que setores têm sido mais alvo de ciberataques, o responsável diz que é difícil identificar, embora a aviação e a saúde sejam áreas que, pela sua natureza, têm mais impacto quando são atingidos. Agora “está na onda os ataques cibernéticos aos sistemas ligados à aviação, tivemos agora a situação do aeroporto de Bruxelas”, recorda Carlos Passos, a que se soma a outros ciberataques recentes do género. “Temos a perfeita noção que a aviação agora está na onda porque as consequências são grandes, o tráfego já está por si só congestionado e com isto ainda piora”, refere. Entre os tipos de ciberataques estão o ‘jamming”, que bloqueia sinais de satélite através de ruído e interferência, o que impede que os sistemas de navegação recebam dados, e o ‘spoofing’, que engana os sistemas ao transmitir sinais falsos que simulam sinais autênticos, o que leva a calcular posições incorretas. Recentemente, a comissária europeia Hadja Lahbib sublinhou a importância de investimentos na preparação para crises e ciberataques, depois do ataque cibernético que paralisou aeroportos na Bélgica, Reino Unido e Alemanha. Também a saúde “tem sido muito atacada”, diz Carlos Passos. “Vai continuar a haver ciberataques, incluindo no setor da aviação”, mas está tudo preparado “para mitigar os impactos” num mundo cada vez mais digitalizado. “As nossas reuniões e os nossos ‘workshops’ em grupos de trabalho, na prática o que fazemos é soluções para mitigar qualquer efeito maligno, pode ser um vírus de comunicações terrestres, como também pode ser um efeito eletromagnético, um sinal que está a tentar enganar a aeronave”, diz, apontando a importância da resiliência. “Temos vários projetos em que vamos tentar identificar resiliência nos sistemas, mesmo nos sistemas terra”, acrescenta. Leia Também: IA usada por hackers também pode ser usada para combater ciberataques

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