“Os riscos e os desafios associados à inteligência artificial têm atraído uma ampla atenção”, disse Li, na abertura da Conferência Mundial sobre Inteligência Artificial, em Xangai. Os riscos, que vão desde perdas generalizadas de empregos a turbulências económicas, exigem “um consenso urgente” entre as nações para trabalharem em conjunto, acrescentou o número dois do Governo chinês. “É urgente encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento (da IA) e a segurança, o que requer um consenso mais alargado de toda a sociedade” e mais intercâmbios internacionais, defendeu Li. No discurso, o primeiro-ministro chinês não apontou a qualquer país em particular. Os Estados Unidos impuseram restrições à exportação para a China de semicondutores avançados, utilizados para treinar modelos de IA. Em 16 de julho, o Ministério da Segurança do Estado chinês alertou para os riscos associados ao uso indevido da IA, advertindo que a tecnologia pode ameaçar a estabilidade social, a proteção de dados sensíveis e a segurança nacional. Num comunicado divulgado na rede social WeChat, o ministério referiu que entidades estrangeiras podem usar conteúdos manipulados — combinando algoritmos de aprendizagem profunda com imagens, sons ou vídeos falsificados – para “instigar agitação” entre a população chinesa. O comunicado destaca ainda que os sistemas generativos de IA são capazes de recolher, armazenar e até divulgar dados pessoais sensíveis, o que poderia ser aproveitado por serviços de inteligência estrangeiros para realizar “atividades de subversão, infiltração e sabotagem” na China. Desde 2023, a China impõe regulamentos aos serviços de IA, obrigando as plataformas a respeitarem os “valores socialistas fundamentais” e proibindo a geração de conteúdos que atentem contra a segurança nacional, a unidade territorial e a estabilidade social. Apesar do rápido crescimento do setor de IA no país, com ‘chatbots’ desenvolvidos por empresas como Alibaba, DeepSeek, Tencent ou Bytedance, subsistem dúvidas quanto à aplicação e eficácia destas tecnologias num ambiente fortemente controlado pela censura estatal. O Ministério da Segurança do Estado utiliza com frequência a conta oficial no WeChat para divulgar casos de espionagem e apelar para a vigilância dos cidadãos, incentivando-os a desconfiar de ofertas de trabalho suspeitas, especialmente provenientes do estrangeiro, e a evitar partilhar informações confidenciais ‘online’. Em 2023, o ministério apelou para a mobilização de toda a sociedade para “prevenir e combater o espionagem” e anunciou medidas destinadas a “reforçar a defesa nacional” contra “atividades de inteligência estrangeiras”. Leia Também: Travão à mobilidade laboral entre empresas de IA fragiliza a concorrência

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