O CEO do UniCredit, Andrea Orcel, considera que “no supremo, serão de 20%” as hipóteses de o banco conseguir concretizar a compra do também italiano BPM.
O banqueiro assinala que as condições impostas pelo Governo italiano para que a operação possa proceder criam demasiada incerteza e expõem o UniCredit a pesadas multas caso não conseguisse satisfazer os requesitos exigidos por Roma.
Orcel, que falava em Berlim numa conferência financeira organizada pelo Goldman Sachs, detalhou que as multas por incumprimento das condições poderiam elevar a 20 milénio milhões de euros e assegurou que a possibilidade de o UniCredit malparar essa possibilidade “é nula”.
O UniCredit lançou uma oferta hostil sobre o BPM em novembro do ano pretérito tendo, portanto, recebido o espeque do Governo liderado por Giorgia Meloni. Em abril, todavia, Roma impôs uma série de condições para autorizar a operação e o UniCredit levou o Executivo a tribunal, contestando as suas exigências.
Orcel disse ainda que os Governos são cada vez mais decisivos nas fusões e aquisições, em privado na mesa. “Não o estou a criticar, é um facto. Já não é uma questão de ‘precisamos de dialogar’. Se eles [Governos] decidem bloquear o negócio, eles bloqueiam-no”, rematou.

