a d v e r t i s e m e n tAs autoridades nacionais alertaram nesta segunda-feira, 29 de Setembro, para o “risco alarmante” do desmatamento e degradação acelerada dos solos na região da África Austral, salientando que perto de 800 mil quilómetros quadrados da Floresta de Miombo foram perdidos desde 2000, havendo necessidade de esforços colectivos para travar o desflorestamento.

“O desmatamento e a degradação dos solos estão a acelerar a um ritmo alarmante. Desde o ano 2000, o ecossistema de Miombo perdeu cerca de 800 mil quilómetros quadrados, uma área superior à superfície total de Moçambique. Esta não é apenas uma estatística ambiental, é sim uma ameaça directa à prosperidade, saúde e futuras gerações da região”, avançou o secretário de Estado da Terra e Ambiente, Gustavo Dgedge.

Intervindo em Maputo, durante a abertura do workshop regional do Programa de Impacto em Paisagens Sustentáveis de Terras Áridas, um mecanismo de intercâmbio regional da África Austral, o responsável descreveu que os ecossistemas de Miombo e Mopane representam uma força vital para a região, pois são uma herança comum que alberga biodiversidade extraordinária, regula o clima e os recursos hídricos e sustenta a subsistência de mais de 300 milhões de cidadãos. a d v e r t i s e m e n t

“A região enfrenta uma crescente desertificação e degradação da terra, enquanto crescem as zonas áridas, com consequências gravíssimas que incluem a perda de solos produtivos, com salinização e desestruturação física que os tornam impróprios para agricultura, impactos ambientais severos, incluindo desequilíbrio ecológico e perda de biodiversidade”, sublinhou.

Segundo Gustavo Dgedge, 75% das terras africanas já são classificadas como áridas ou semiáridas, com previsões de expansão entre 5% a 8% até 2080, frisando que, para o caso específico de Moçambique, há desafios urgentes na gestão sustentável perante uma realidade que “assume contornos dramáticos.”

“As províncias do Sul, como Gaza e Inhambane, registaram reduções de 20% a 30% na precipitação anual nas últimas décadas, acompanhadas pelo aumento de temperaturas e prolongados períodos de seca que afectam cerca de 2,3 milhões de pessoas”, alertou Gustavo Dgedge.

Neste sentido, Dgedge afirmou que deve haver uma aposta na conservação e uso racional dos recursos florestais para manter os benefícios económicos, sociais e ambientais, adaptando técnicas de maneio a ambientes secos que possuem ecossistemas frágeis, incluindo plantio de espécies resistentes à seca, a conservação da água, combate à erosão e envolvimento das comunidades locais.

A Floresta de Miombo cobre dois milhões de quilómetros quadrados e garante a subsistência de mais de 300 milhões de habitantes de 11 países da África Austral, incluindo pastagens tropicais e subtropicais, moitas e savanas. Constitui o maior ecossistema de florestas tropicais secas do mundo e enfrenta actualmente, entre outros, problemas de desflorestação.

Os 11 países abrangidos por aquela área natural adoptaram a 17 de Abril, numa conferência realizada em Washington, a Carta de Compromisso da Floresta do Miombo, a qual prevê um fundo a sediar em Moçambique.

Post a comment

Your email address will not be published.

Related Posts