advertisemen tA semana económica ficou marcada pelo arranque da 60.ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM), que serviu de palco para anúncios estruturantes em matéria de investimento, digitalização e financiamento às Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME). Em destaque estiveram o lançamento de um novo fundo governamental para impulsionar o acesso ao crédito e a assinatura de um acordo estratégico com o Qatar, avaliado em 20 mil milhões de dólares. Durante a cerimónia de abertura da FACIM 2025, o Governo anunciou a criação de um Fundo de Garantias Mutuárias no valor de 2,6 mil milhões de meticais (40 milhões de dólares), destinado a facilitar o acesso ao crédito para cerca de 15 mil MPME em todo o País. O Presidente da República, Daniel Chapo, descreveu o fundo como “uma ponte para a retoma da economia moçambicana”, com especial incidência nos jovens empreendedores e mulheres. A ministra das Finanças, Carla Louveira, sublinhou que o mecanismo permitirá garantir crédito mesmo na ausência de garantias tradicionais, destacando que as primeiras garantias já foram assinadas com os bancos BCI, Standard Bank e Absa, em parceria com a recém-criada Sociedade de Garantia Mútua de Moçambique. Qatar e os 20 mil milhões de dólares para sectores prioritários com vista ao desenvolvimento Outro momento relevante da semana foi a assinatura de um acordo estratégico entre o Governo e o conglomerado Al Mansour Holding, do Qatar, no valor de 20 mil milhões de dólares. Este pacote de investimento visa financiar projectos nas áreas da agricultura, energias renováveis, petróleo e gás, habitação social, infra-estruturas, saúde, turismo e educação. O Sheikh Mansour Al Thani, representante da holding, referiu que este acordo representa “um compromisso de longo prazo com o desenvolvimento sustentável”, reiterando que a cooperação entre Moçambique e Qatar se baseia em valores partilhados e visão estratégica comum. O conglomerado Al Mansour Holding é um grupo empresarial sediado no Qatar, pertencente a membros da família real qatari, com uma vasta actuação em múltiplos sectores económicos. Formalmente estabelecida em 2023, com uma visão clara de diversificação e crescimento em sectores estratégicos como a construção, imóveis e manufactura, sobretudo no Kuwait, a holding foi fundada por Tareq Hussein Al Mansour, e reúne um conjunto de negócios especializados, incluindo unidades ligadas à decoração e ao investimento imobiliário, posicionando-se como uma entidade que aposta em padrões elevados de qualidade, design exclusivo e sustentabilidade. Sector privado e o possível encerramento da Mozal em Moçambique Esta semana, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) acusou a Mozal de fragilizar a confiança dos investidores e de desestabilizar o tecido empresarial nacional, após o anúncio da possível suspensão das operações da fundição de alumínio a partir de Março de 2026. O alerta foi lançado depois de o presidente executivo da South32, empresa que detém a maioria do capital da Mozal, ter declarado, a 14 de Agosto, que o futuro da fundição depende da obtenção de um novo contrato de fornecimento de energia eléctrica, findo o actual acordo com a sul-africana Eskom. Num comunicado, o presidente da CTA, Álvaro Massingue, considerou inadmissível que uma empresa que beneficiou de condições fiscais, institucionais e económicas favoráveis ​​adopte uma postura que coloca em risco milhares de empregos e compromete a confiança dos investidores. A posição da CTA surgiu poucos dias após o Presidente da República, Daniel Chapo, ter rejeitado as tarifas propostas pela Mozal para o consumo de energia da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB). Chapo alertou que, se aceites, tais valores poderiam conduzir a HCB a um colapso financeiro, acrescentando que o Governo não está disposto a sacrificar a sustentabilidade da principal produtora de energia do País para satisfazer uma única empresa. A organização empresarial defende que o Governo pode admitir concessões nas tarifas de energia, mas apenas mediante contrapartidas claras. Entre as condições apontadas, a CTA exige que pelo menos 40% da produção da Mozal seja destinada a empresas nacionais, permitindo a transformação local do alumínio em produtos semi-manufacturados e acabados, e que a companhia aumente significativamente o número de fornecedores moçambicanos na sua cadeia de valor. Texto: Cleusia Chirindzaa dvertisement

Post a comment

Your email address will not be published.

Related Posts