A taxa de juro de referência para o crédito em Moçambique vai baixar para 16% em Novembro, o que representa uma redução de 0,50%, segundo anunciou esta sexta-feira (31) a Associação Moçambicana de Bancos (AMB). A decisão reflecte a continuidade do ciclo de descidas graduais iniciado no princípio do ano. Desde Janeiro de 2024 que a taxa, conhecida como ‘prime rate’, tem registado uma trajectória descendente, após seis meses consecutivos em máximos de 24,1%. As variações da ‘prime rate’ estão associadas à taxa de juro de política monetária (taxa MIMO), definida pelo Banco de Moçambique (BdM), e que influencia directamente o cálculo da taxa de referência aplicada pelos bancos comerciais. Em Agosto, a ‘prime rate’ situava-se em 17,20% e, em Setembro, desceu para 16,5%. Durante o mês de Outubro manteve-se inalterada, apesar de o Comité de Política Monetária (CPMO) do BdM ter reduzido, a 29 de Setembro, a taxa de juro de política monetária (MIMO) em 0,50 pontos percentuais, fixando-a em 9,75%.advertisement Na ocasião, o governador do banco central, Rogério Zandamela, explicou que “esta medida decorre essencialmente da manutenção das perspectivas de inflação em um dígito no médio prazo, reflectindo, em parte, a estabilidade da taxa de câmbio e a tendência favorável dos preços internacionais das mercadorias”. Contudo, advertiu para “os elevados riscos e incertezas associados às projecções a nível doméstico”. A taxa de juro directora em Moçambique manteve-se nos 17,25% desde Setembro de 2022, até à intervenção do banco central. O processo de cortes sucessivos teve início a 31 de Janeiro de 2024, quando a taxa foi reduzida para 16,5%, iniciando assim um ciclo de ajustamentos destinado a estimular a economia e controlar a inflação. “O CPMO continuará com o processo de normalização da taxa mínima no médio prazo, porém, em magnitudes modestas – eu diria cada vez mais modestas”, afirmou o governador do BdM, sublinhando que o ritmo das reduções dependerá das “perspectivas da inflação” e da “avaliação dos riscos e incertezas subjacentes às projecções do médio prazo.” Rogério Zandamela recordou ainda que este processo de normalização começou no início de 2024, com uma duração estimada entre 24 e 36 meses, período durante o qual foram concretizados cortes acumulados de 700 pontos-base. “Foi um ganho enorme para o sistema”, destacou o responsável. Apesar deste avanço, o governador do BdM reconheceu que a taxa de juro de referência aplicada pelos bancos aos seus clientes desceu apenas cerca de 600 pontos-base no mesmo período, sem reflectir integralmente a redução da taxa directora do banco central, por depender do perfil de risco de cada cliente. Ainda assim, sublinhou que a tendência tem vindo a beneficiar famílias, empresas e o Estado, através de condições de financiamento mais acessíveis e sustentáveis. Fonte: Lusa

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