
Empresários Sugerem “Criação de Medidas de Recuperação Após Protestos” • Diário Económico
As manifestações gerais que aconteceram no País causaram danos económicos avultados, obrigando ao encerramento de várias empresas, deixando mais de 10 mil moçambicanos desempregados. Para além de Maputo, a província de Manica, na região Centro de Moçambique, também foi “severamente” afectada, com estabelecimentos comerciais destruídos.
Neste sentido, com vista a recuperar dos danos, os empresários baseados naquela parte do País sugerem que o Governo implemente medidas eficazes e abrangentes, a começar pela isenção do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRPC) e perdão do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).
De acordo com a Associação Nacional dos Jovens Empresários em Manica, as manifestações afectaram mais de dois mil empresários. Destes, mais de 160 viram as suas lojas e armazéns vandalizados.
A entidade, citada numa publicação do jornal O País, destacou que já está a desenhar estratégias para sair da crise financeira, sublinhado que estas propostas serão em breve apresentadas ao Executivo.
Recentemente, a Confederação das Associações Económicas (CTA) admitiu que o crescimento económico neste ano vai ficar muito abaixo do de 2024, caso não sejam adoptadas medidas de apoio após os actos de vandalismo e pilhagens de bens que ocorreram durante as manifestações pós-eleitorais.
“Se estivermos num cenário em que não há nenhuma medida, assim como estamos, com o tecido industrial delapidado, infra-estruturas delapidadas, desemprego e empresas sem capacidade de financiar a sua própria recuperação para repor a sua capacidade produtiva, não iremos muito além daquilo que conseguimos fazer no ano passado. Será muito abaixo disso”, afirmou o director executivo da CTA, Eduardo Sengo.
Na ocasião, o responsável explicou que o crescimento económico do País em 2025 está pendente de pacotes e medidas de apoio às empresas, de forma a permitir a recuperação dos seus equipamentos e infra-estruturas vandalizados durante as manifestações pós-eleitorais, garantir o ‘stock’ de mercadorias e assegurar os empregos.
“Se permanecer uma contínua redução da taxa de juro, o alívio das Reservas Obrigatórias e, acima de tudo, a disponibilização de divisas para importações, poderíamos projectar um crescimento um pouco mais robusto do que foi o de 2024, mas não poderemos atingir taxas acima de 5% (previsão para 2024)”, acrescentou Eduardo Sengo.
O responsável explicou ainda que os tumultos pós-eleitorais afectaram o tecido empresarial também com a queda do consumo, reduzindo a contribuição do sector privado para o Produto Interno Bruto (PIB).
Sengo sublinhou que o crescimento económico para 2025 está igualmente dependente da estabilidade política e social do País. “Se conseguirmos recuperar o ‘stock’ de investimentos, isso terá impacto, em primeiro lugar, no crescimento económico. Se conseguirmos recuperar o poder de compra e o consumo interno, o turismo funcionar, os transportes retomarem a normalidade e o consumo agregado crescer, estas grandezas juntas podem representar uma pequena aceleração do PIB, com uma previsão de maior aceleração em 2026”, explicou o representante da CTA.