advertisemen tA Oxford Economics, consultora internacional de análise económica, prepara-se para rever em baixa a previsão de crescimento económico de Moçambique para 2026, reduzindo-a de 3,8% para 2,5%. A entidade, especializada em estudos macroeconómicos e riscos globais, atribui esta revisão à consolidação orçamental e ao declínio programado da produção de gás, segundo um relatório enviado aos seus clientes e citado pela Lusa. De acordo com a consultora, “o crescimento será limitado devido aos esforços de consolidação orçamental, que um novo programa do Fundo Monetário Internacional (FMI) provavelmente reforçará”. A Oxford Economics acrescentou que os trabalhos de manutenção no projecto de gás natural liquefeito flutuante Coral Sul deverão provocar um “declínio temporário na produção de gás natural e condensado”, motivando o corte na previsão para o próximo ano. A consultora britânica reviu igualmente em baixa a estimativa de crescimento para 2025, passando de 1,8% para 1,4%, influenciada pela queda de 1,9% na actividade económica registada nos três primeiros trimestres. Esta redução reflecte os efeitos prolongados dos distúrbios pós-eleitorais e o abrandamento observado em vários sectores.advertisement Apesar do cenário económico desafiante, a Oxford Economics considera que “as perspectivas para o próximo ano são ligeiramente mais favoráveis”. A melhoria da estabilidade política, o maior dinamismo no sector dos serviços e o impacto positivo dos projectos de gás natural liquefeito (GNL) deverão sustentar parte da recuperação económica. A consultora antecipou, ainda assim, um desempenho mais fraco no quarto trimestre deste ano devido a factores sazonais. “Há um efeito agrícola típico neste período, que corresponde à fase de escassez antes das colheitas”, refere, prevendo, porém, “um grande salto no crescimento anual” no final de 2025, impulsionado pelos efeitos de base relacionados com as manifestações pós-eleitorais de 2024. Dados recentes do Banco de Moçambique confirmam que a actividade económica recuou 0,85% no terceiro trimestre, prolongando um ciclo de quedas iniciado em 2024. A instituição explicou que esta contracção resulta, sobretudo, “dos efeitos da tensão pós-eleitoral”, que afectaram com maior intensidade os sectores secundário e terciário, reduzindo o investimento e o consumo privado. A economia já enfrentava uma trajectória negativa, após contracções de 5,68% no quarto trimestre de 2024 e de 3,92% e 0,94% no primeiro e segundo trimestres de 2025. Estes resultados evidenciam a persistência do impacto económico da instabilidade política vivida após as eleições de 9 de Outubro de 2024. O Governo reconhece igualmente um ambiente financeiro “substancialmente mais adverso” do que o previsto no Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) para 2026. Ainda assim, antecipa uma recuperação para 2,8% no próximo ano, sustentada pelo sector dos serviços, pelo aumento das exportações de GNL, pelo dinamismo agrário e por novos investimentos no sector energético.advertisement

