O governador do Banco de Moçambique (BdM), Rogério Zandamela, afirmou esta quarta-feira, 5 de Novembro, que a descida da taxa de juro directora ao longo de 2025, após os máximos históricos registados em 2024, contribuiu para o aumento do crédito à economia. A medida faz parte do processo de normalização da política monetária levado a cabo pelo banco central. “Destaco que, ao longo do presente ano, a nossa actuação no âmbito da política monetária foi de dar continuidade ao ciclo de normalização da taxa de juro de política monetária”, declarou Rogério Zandamela, na abertura do 50.º Conselho Consultivo do BdM, que decorre na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado. A taxa de juro directora manteve-se em 17,25% desde Setembro de 2022, após uma intervenção do banco central. No entanto, a partir de 31 de Janeiro de 2024, o BdM iniciou reduções sucessivas, baixando-a para 16,5%. Desde então, a taxa de política monetária, designada MIMO, “foi reduzida, em termos acumulados, em 750 pontos-base”, situando-se em 9,75% em Setembro de 2025 – o nível mais baixo desde a sua introdução, em 2017.advertisement “Em linha com esta evolução, a ‘prime rate’ – taxa de juro de referência dos bancos comerciais na sua relação com os clientes – caiu 470 pontos-base, situando-se em 16,50% em Setembro do presente ano. Tal reflecte a resposta positiva do sistema financeiro às decisões de política monetária e a consequente melhoria gradual das condições de financiamento da economia”, sublinhou o governador. Segundo Rogério Zandamela, esta conjuntura resultou numa recuperação do crédito concedido à economia, que “registou uma recuperação anual de cerca de 1% em Setembro de 2025, após um crescimento nulo de 0% observado no mesmo período do ano anterior.” O governador acrescentou que “o quadro macroeconómico de 2025 tem sido marcado por uma estabilidade contínua de preços, num contexto de recuperação gradual da actividade económica.” Contudo, reconheceu que “nas transacções com o exterior verificou-se um agravamento de 3,1% no défice da conta corrente no primeiro semestre, em termos homólogos”, o que mantém o País “dependente da poupança externa para financiar a economia.” Apesar deste cenário, Rogério Zandamela assegurou que, “considerando os dados até finais de Outubro, as nossas reservas internacionais brutas mantêm-se em níveis confortáveis, um sinal importante de resiliência face aos choques externos e um verdadeiro escudo de protecção da soberania nacional.” “O quadro macroeconómico de 2025 tem sido marcado por uma estabilidade contínua de preços, num contexto de recuperação gradual da actividade económica”Rogério Zandamela O responsável do BdM destacou igualmente que “o sector bancário nacional continua sólido e bem capitalizado, com rácios de solvabilidade e de liquidez acima dos limites regulamentares, o que confirma a robustez e estabilidade do sistema financeiro moçambicano.” Rogério Zandamela frisou ainda que, em 2025, continuam a registar-se “progressos significativos na inclusão financeira, resultantes da modernização do nosso sistema nacional de pagamentos”. Entre esses avanços, mencionou a interoperabilidade entre as plataformas de pagamentos digitais e os bancos comerciais, bem como o reforço da educação financeira e da protecção do consumidor. De acordo com o governador, esta evolução “permitiu que o número de contas de moeda electrónica praticamente duplicasse, passando de 11,9 milhões em Dezembro de 2022 para 23 milhões em Junho de 2025, demonstrando a rápida expansão dos serviços financeiros digitais e a sua crescente integração no quotidiano das famílias moçambicanas.” Fonte: Lusaa dvertisement

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