O presidente do Grupo UBA e fundador da Heirs Holdings, Tony Elumelu, desafia a Noruega a olhar para África como parceiro de investimento e não como projecto de ajuda humanitária.
Segundo o líder do UBA, que marcou presença na Cimeira Empresarial Nórdico-Africana, “África precisa de parceiros, não de caridade”, lançando um apelo enfático à Noruega e às nações europeias.
Elumelu defendeu ainda uma nova visão para o relacionamento entre África e o mundo desenvolvido, uma parceria baseada em investimento, inovação e crescimento sustentável, em vez de dependência de ajuda humanitária.
“Queremos colaborar com países como a Noruega, países que têm capital, competência e um perfil climático forte mas que compreendam que o crescimento e o desenvolvimento devem ser criados através de investimentos, não de doações”, afirmou Elumelu durante a sua intervenção, reforçando que “o sector privado é o motor do desenvolvimento africano”.
“Nós, no sector privado africano, temos de investir para criar crescimento económico e prosperidade, não apenas para o lucro. Se não criarmos mais prosperidade, as nossas próprias empresas também não sobreviverão”, sublinhou.
Em Oslo, Elumelu lembrou que os investimentos noruegueses em África caíram quase 90% desde 2014, segundo dados da Menon Economics, mesmo quando o investimento global no continente aumentou. Para o líder africano, esta retração representa uma oportunidade perdida.
“As empresas norueguesas poderiam ter enormes oportunidades em África, mas muitas deixam-se intimidar pelo risco e pelas más notícias. Cada desafio é uma oportunidade de negócio.”
Apontando para energia, infra-estruturas e tecnologia como áreas prioritárias de cooperação, Elumelu alertou a Europa para não ficar à margem enquanto a China e os Estados do Golfo reforçam a sua presença económica no continente. “Se a Europa e a Noruega não agirem agora, outros preencherão o vazio”, advertiu.
Através da Tony Elumelu Foundation, o empresário já apoiou mais de 24 mil jovens empreendedores africanos, responsáveis pela criação de cerca de 1,5 milhão de empregos no continente.
“Acredito no poder da juventude. Quando os jovens têm capital e oportunidades, criam empregos e esperança e ninguém abandona o seu país natal quando tem esperança económica”, disse.
 
(Foto DR)

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