Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados unidos, estão a desenvolver um robô do tamanho de um drone que pode representar um salto tecnológico significativo na agricultura espacial. Projectado para realizar tarefas como polinização artificial em locais inóspitos, o micro-robô é capaz de bater as asas até 400 vezes por segundo, voar, pairar e realizar manobras complexas.

Pesando menos do que um clip de papel, o dispositivo utiliza músculos artificiais macios, chamados actuadores de elastómero dieléctrico, que se contraem e expandem com estimulação eléctrica, o que permite um movimento ágil e controlado das asas, replicando a cinemática dos insectos voadores. A inovação visa complementar, e não substituir, os polinizadores naturais, sendo especialmente útil em ambientes onde as abelhas não conseguem sobreviver, como fazendas internas com iluminação artificial ou a atmosfera rarefeita de Marte.

De acordo com o site Época Negócios, a capacidade de voo do robô é sustentada por quatro asas movidas por esses músculos artificiais, que continuam a funcionar mesmo após danos graves. Em testes realizados no MIT, os actuadores foram perfurados por agulhas e tiveram partes queimadas, mas ainda assim conseguiram manter o voo graças a técnicas de auto-reparação a laser.

Além disso, a equipa desenvolveu um modelo complementar de robô saltador, inspirado nos gafanhotos, que pode saltar até 20 centímetros, cerca de quatro vezes a sua altura, e atravessar terrenos acidentados com baixo consumo de energia. Esta versão é especialmente promissora para terrenos instáveis, como o solo marciano, onde a locomoção aérea consome energia excessiva.

A inovação também pode revolucionar a robótica em pequena escala, aproximando as máquinas das capacidades dos insectos, que evoluíram ao longo de milhões de anos para realizar tarefas precisas e eficientes

A NASA também tem explorado ideias similares, como o projecto Marsbees – enxames de robôs voadores interligados a uma base móvel, projectados para mapear terrenos e talvez polinizar culturas em estufas em Marte.

“Se quisermos cultivar plantas em Marte, não podemos depender de insectos naturais para polinizá-las”, afirmou Yi-Hsuan Hsiao, um estudante de doutoramento do MIT envolvido no projecto. “Este é o tipo de cenário em que os nossos robôs podem entrar em acção.” O investigador destacou também que a tecnologia poderia ser aplicada a fazendas verticais na Terra, onde a sobrevivência das abelhas é prejudicada por luzes artificiais e falta de biodiversidade.

Ainda em fase experimental, as abelhas robóticas são conectadas por fios a fontes de energia externas. O próximo desafio é desenvolver baterias e sensores miniaturizados que permitam total autonomia. A estimativa para que robôs totalmente autónomos estejam prontos para operarem no mundo real varia de 20 a 30 anos.

Entretanto, a tecnologia já está a inspirar aplicações mais imediatas, como a polinização em estufas urbanas, a inspecção de infra-estruturas e missões de resgate em ambientes perigosos. A inovação também pode revolucionar a robótica em pequena escala, aproximando as máquinas das capacidades dos insectos, que evoluíram ao longo de milhões de anos para realizar tarefas precisas e eficientes.

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