
“Novo envolvente dá muitas razões de preocupação”, avisa Lagarde. BCE “comprometido” com inflação – Taxas de rendimento
Geopolítica, lucidez sintético ou desafios ambientais estão a tornar mais difícil ao Banco Mediano Europeu (BCE) satisfazer o seu procuração de uma inflação na Zona Euro de 2%. Apesar dos alertas sobre as mudanças, a presidente Christine Lagarde reafirmou o compromisso, na apresentação da revisão estratégia da mando monetária.
“Vivemos num mundo muito mais incerto”, advertiu Christine Lagarde, numa conferência de prensa em Sintra, onde arranca esta noite o fórum anual do BCE. “Nascente novo envolvente dá muitas razões [aos cidadãos europeus] para preocupações, mas uma coisa em relação à qual não têm de se preocupar é o nosso compromisso para com a firmeza dos preços”, sublinhou.
Lagarde explica que, desde a revisão estratégica finalizada há quatro anos, o mundo “mudou significativamente”. “Alguns dos temas que nos preocupavam mais em 2021 – incluindo a inflação permanecer muito baixa por muito tempo – tomaram um curso dissemelhante”. E apontou não só para a escalada dos preços, porquê para mudanças estruturais nas economia.
“Não vivemos numa bolha”, avisou também o economista-chefe do BCE. Philipe R. Lane mostra-se preocupado com “a globalização, a digitalização, a ameaço à sustentabilidade ambiental e alterações no sistema financeiro”, já que todos “representam desafios” para a transporte da política monetária. Nesse sentido, defendeu a concretização da união do mercado de capitais a nível europeu.
Neste cenário, nesta primeira atualização da revisão estratégica (a próxima deverá ocorrer em 2030), o BCE refere que a firmeza de preços é assegurada mais eficazmente visando uma inflação de 2% no médio prazo – não mais, não menos.
“A simetria significa que o juízo do BCE considera os desvios negativos e positivos em relação a nascente objetivo também indesejáveis”, afirma a mando monetária. Philipe R. Lane acrescenta: “Esta noção foi sátira nos últimos anos”. E prevê-se que assim se mantenha, perante os riscos de a inflação voltar a permanecer inferior do objetivo com um conforto prolongado das taxas de rendimento, para estribar uma economia que se prevê que trave a fundo com as tarifas de Donald Trump.
A término de preservar a simetria do seu objetivo de inflação, o juízo do BCE diz reconhecer a influência da tomada de medidas de política monetária “adequadamente vigorosas” ou persistentes em resposta a grandes desvios sustentados da inflação face ao objetivo, em ambos os sentidos, com vista a evitar que os desvios se enraízem através de uma desancoragem das expectativas de inflação.
“Em caso de choques desinflacionistas significativos, é preciso ter em conta o limite subalterno efetivo das taxas de rendimento nominais. Na eventualidade de choques inflacionistas significativos, é necessário considerar possíveis não linearidades na fixação de preços e salários”, sublinha.
Acrescenta que o principal instrumento de política monetária é o conjunto de taxas de rendimento diretoras do BCE. Porém, os decisores poderão também empregar outros instrumentos, quando as taxas diretoras estão próximo do limite subalterno ou para preservar o bom funcionamento da transmissão da política monetária. Esses instrumentos incluem operações de refinanciamento de prazo alargado, compras de ativos, taxas de rendimento negativas e indicações sobre a orientação futura da política monetária (“forward guidance”).
O economista-chefe defendeu os mecanismos usados pelo BCE na “caixa de ferramentas” na sua mão, considerando que eles têm de ser considerados na sua “proporcionalidade” face à dimensão do problema. E para isso frisa que a mando continuará a não assumir exclusivamente a inflação base – mas também a subjacente (que retira os elementos voláteis) e os efeitos da transmissão da política monetária.
Ainda relativamente aos instrumentos à disposição do BCE, Christine Lagarde assegurou: “Estamos equipados para todas as circunstâncias”.