No “Estudo sobre a dinamização do mercado de capitais em Portugal”, hoje divulgado em Braga, a entidade apresentou um retrato do setor em Portugal, com dados sobre o impacto nas empresas e agregados familiares.
“Em 2021 exclusivamente 13% dos agregados portugueses detinham instrumentos transacionados em bolsa; a riqueza financeira estava concentrada em depósitos (murado de 22 % da riqueza totalidade), enquanto ações, obrigações e fundos somavam exclusivamente 0,6%”, destacou.
Segundo o estudo, “a participação nos mercados de capitais é fortemente determinada pela riqueza dos agregados, mais do que pelo rendimento, e reflete também efeitos de substituição com o investimento em habitação própria”.
De conformidade com a CMVM, “agregados familiares mais velhos, sobretudo os mais ricos, tendem a participar mais nos mercados; entre os menos abastados, os jovens revelam maior propensão relativa”.
Paralelamente, a “constituição familiar também influencia a decisão”, sendo que “a presença de reformados potencia a participação”, mas “a presença de crianças tende a inibi-la”.
Também os níveis mais elevados de escolaridade dentro do associado estão positivamente associados à participação nos mercados financeiros, assim porquê a existência de poupança líquida, planos de pensões voluntários e múltiplos objetivos de poupança, a tolerância ao risco e o nível de desenvolvimento dos mercados financeiros nacionais.
Do lado das empresas, a “ingresso em bolsa está associada a um maior recurso a financiamento de longo prazo e a níveis mais elevados de investimento”, muito porquê a “uma redução do dispêndio da dívida e do esforço fiscal das empresas cotadas, mas de forma pouco significativa”, indicou.
Segundo a CMVM, “as empresas listadas e suas subsidiárias evidenciam maior produtividade”, sendo que as “beneficiárias de capital de risco distinguem-se por uma maior propensão e intensidade exportadora, ao passo que as listadas apresentam menor propensão à exportação”.
Os resultados mostram ainda que “as empresas com emissão privada de dívida apresentam maior proporção de dívida de pequeno prazo e menor rendibilidade dos capitais próprios”, com as empresas apoiadas por capital de risco a apresentarem “maior rendibilidade dos capitais próprios”.
“No contexto português, o entrada aos mercados de capitais está associado, embora de forma diferenciada consoante o instrumento financeiro utilizado, a vantagens relevantes em termos de produtividade, rendibilidade e qualidade do crédito, confirmando o seu potencial enquanto mecanismo de financiamento complementar ao crédito bancário tradicional”, rematou.
O estudo foi promovido pela CMVM e elaborado por um consórcio aluno das Universidades do Minho, Porto e Coimbra.
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