
Cabo Ténue: Terroristas Invadem Mina de Pedras Preciosas no Região de Meluco • Quotidiano Parcimonioso
Um grupo de garimpeiros abandonou nesta semana uma mina de extracção de pedras preciosas, localizada no província de Meluco, na província de Cabo Ténue, na região Setentrião de Moçambique, devido à presença de supostos terroristas.
“A presença destes insurgentes na dimensão da mina de Matandane, em Minhanha, a 30 quilómetros da sede de Meluco, aconteceu na tarde desta quarta-feira, 18 de Junho, quando os garimpeiros trabalhavam no lugar”, esclareceu uma manadeira ligada à mina e citada numa publicação da Lusa.
De combinação com a manadeira, a invasão aconteceu um dia depois a Força Sítio retirar os elementos que garantiam a segurança naquela dimensão. “Acho que se aperceberam da retirada do pessoal de protecção. Os rebeldes atravessaram o rio Messalo para chegar à mina, sendo que o cenário levou também à fuga dos camponeses. Não há registo de mortos ou feridos.”
Desde Outubro de 2017, Cabo Ténue, província rica em gás originário, enfrenta uma rebelião armada que já provocou milhares de mortos e gerou uma crise humanitária, resultando em mais de um milhão de deslocados internos.
Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques perpetrados por grupos extremistas islâmicos na província, representando um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo dados divulgados recentemente pelo Núcleo de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Resguardo do Governo norte-americano especializada na estudo de conflitos em África.
Em Abril deste ano, os ataques alastraram também à vizinha província do Niassa. Um dos episódios mais graves ocorreu na Suplente do Niassa e no Núcleo Ambiental de Mariri, no província de Mecula, onde grupos armados não estatais atacaram instalações, roubaram bens, destruíram acampamentos e uma avião do parque. Estes actos resultaram na morte de, pelo menos, duas pessoas e levaram à movimento de mais de dois milénio indivíduos, 55% dos quais crianças.
A designada Força Sítio é composta, sobretudo, por antigos guerrilheiros da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), que liderou a guerra contra o regime colonial português (1964-1974) e que, voluntariamente, voltaram a pegar em armas para combater os grupos rebeldes que têm protagonizado ataques na província de Cabo Ténue.
Esta força tem sido um coligado importante nas operações para travar a insurgência armada no Setentrião de Moçambique, com a vantagem de ser integrada por antigos guerrilheiros locais, que conhecem a geografia da região em que o conflito ocorre.