Moody’s baixa perspetiva da Red Eléctrica de sólido para negativa

Apesar de manter a avaliação em Baa1 (intensidade proeminente), a sucursal de ‘rating’ justifica a modificação da perspetiva com o risco de a empresa, enquanto proprietária e operadora da rede elétrica espanhola, ter de aumentar os investimentos além das previsões atuais.
 
As investigações sobre as causas do apagão continuam em curso, podendo demorar várias semanas para serem concluídas. No entanto, há consenso político sobre a urgência de substanciar a resiliência da rede face ao crescente peso das energias renováveis.
Entre as medidas apontadas destaca-se o aumento da capacidade de interligação, atualmente tapume de 2% da capacidade instalada, aquém das metas da Percentagem Europeia de 10% para 2025 e 15% para 2030.
Recentemente, a Red Eléctrica — a congénere da portuguesa REN — aumentou os seus investimentos no sistema de transmissão para 1.100 milhões de euros em 2024, face a uma média de 600 milhões entre 2021 e 2023, e a Moody’s prevê um novo propagação para 1.400 milhões leste ano.
A sucursal espera ainda que o Governo espanhol divulgue no segundo semestre um novo Projecto Pátrio de Transmissão para 2025-2030, que dará maior transparência sobre as necessidades de investimento da empresa.
A perspetiva negativa também reflete o aumento dos riscos sociais enfrentados pelas empresas elétricas em Espanha, principalmente para a Red Eléctrica, responsável pelo estabilidade entre oferta e procura de eletricidade uma vez que Operadora do Sistema de Transmissão.
Se for considerada responsável pelo apagão, a empresa pode enfrentar multas de até 60 milhões de euros e indemnizações a terceiros por danos causados. Embora a multa tenha um impacto financeiro restringido, as indemnizações poderão ser significativas.
A Red Eléctrica possui uma apólice de seguros, mas as reclamações poderão ultrapassar a sua cobertura, expondo a empresa a eventuais litígios prolongados.
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