Zona Tripartida de Livre Comércio Como Catalisador da Integração Económica • Diário Económico

a d v e r t i s e m e n tA Zona Tripartida de Livre Comércio (ZTLC) representa um marco importante na integração económica de África. Este acordo, actualmente em vigor, une três blocos económicos – o Mercado Comum para a África Oriental e Meridional (COMESA), a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e a Comunidade da África Oriental (EAC). Juntos, abrangem 29 países e mais de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) do continente.

O principal objectivo da ZTLC é harmonizar as políticas comerciais entre esses blocos, criando um espaço de comércio intra-africano sem interrupções. O acordo facilita a redução das barreiras comerciais e abre novas oportunidades de investimento, promovendo um mercado mais coeso e competitivo.

Por décadas, o comércio africano foi fragmentado, com vários acordos comerciais sobrepostos que dificultavam o comércio transfronteiriço. A ZTLC resolve essas ineficiências, oferecendo uma plataforma para empresas que desejam explorar economias de escala e atraindo maior Investimento Directo Estrangeiro (IDE).

A eliminação das barreiras comerciais também visa acelerar a industrialização, o crescimento do emprego e o desenvolvimento das infra-estruturas. O objectivo final é a criação de um mercado unificado, que fortaleça a posição de África no comércio global.

Com uma população conjunta de mais de 700 milhões de pessoas, a nova zona de comércio oferece uma vasta base de consumidores. A redução dos direitos aduaneiros e a simplificação dos processos facilitarão a expansão das empresas, tornando as suas operações mais eficientes e com custos reduzidos.

Desafios e oportunidades da ZTLC para a economia africana

A indústria transformadora e o sector agro-industrial serão as áreas mais beneficiadas. A ZTLC permite integrar cadeias de valor fragmentadas, ajudando os produtores africanos a aumentar a competitividade e reduzir a dependência das exportações de matérias-primas.

Apesar dos benefícios, a implementação da ZTLC enfrenta desafios. Os países precisam de alinhar as regulamentações, melhorar a logística e modernizar as infra-estruturas fronteiriças para garantir o fluxo contínuo de mercadorias.

Para os investidores, a zona de comércio representa uma mudança estratégica na economia africana. O acesso ampliado aos mercados e os regulamentos harmonizados reduzem o risco e oferecem novas oportunidades de negócios, tanto para grandes quanto para Pequenas e Médias Empresas (PME).

No entanto, é essencial garantir que as economias menores do bloco não sejam marginalizadas. “Políticas equitativas e investimentos estratégicos em infra-estruturas serão cruciais para evitar a concentração da riqueza em economias dominantes”, como a África do Sul e o Quénia.

O comércio digital e o comércio electrónico desempenharão um papel fundamental no sucesso da ZTLC. Os governos devem investir em infra-estruturas digitais e soluções fintech para facilitar os pagamentos transfronteiriços e o financiamento do comércio, maximizando assim o potencial do acordo.

A ZTLC poderá servir ainda como modelo para a criação da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA). Ao demonstrar os benefícios da integração regional, a nova zona pode acelerar a colaboração económica em todo o continente.

Fonte: Further Africa

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