
Manifestações Gerais: “Mais de 500 Empresas Vandalizadas e 12 Mil Pessoas Desempregadas”
a d v e r t i s e m e n ta d v e r t i s e m e n t
A Confederação das Associações Económicas (CTA) fez saber que mais de 500 empresas foram vandalizadas durante as manifestações pós-eleitorais em Moçambique, sendo que, até agora, 12 mil pessoas estão sem emprego.
“São empresas localizadas, sobretudo, na província de Maputo, onde está a maior parte do tecido industrial do País”, disse Onório Manuel, vice-presidente do pelouro da Indústria da CTA.
Segundo o representante, actualmente mais de 12 mil moçambicanos estão sem trabalho devido ao encerramento destas empresas e, caso a situação prevaleça, mais pessoas podem perder os seus empregos.
“Estamos a falar das maiores indústrias alimentares do País, que já estão com equipamentos danificados e com as suas infra-estruturas totalmente destruídas. Vamos ter escassez de produtos e, provavelmente, registar uma subida galopante de preços”, explicou Onório Manuel, avançando ainda que o número de empresários que pondera encerrar as suas portas devido à insegurança está a subir.
O Conselho Constitucional de Moçambique proclamou, no passado dia 23 de Dezembro, Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 9 de Outubro.
Este anúncio provocou o caos em todo o País, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane – que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24% dos votos – nas ruas, barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.
A Plataforma Eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha o processo, contabiliza, desde 21 de Outubro, quando começaram as contestações, 277 mortos, 586 pessoas baleadas e 11 desaparecidos.