Governo Cria Comissão de Inquérito Para Investigar Fuga de Reclusos • Diário Económico

a d v e r t i s e m e n ta d v e r t i s e m e n t
O vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Filimão Suaze, anunciou que o Governo já criou uma comissão de inquérito para investigar a evasão de 1534 reclusos da Cadeia Central e da Cadeia de Máxima Segurança da Machava, na província de Maputo, ocorrida no passado dia 25 de Dezembro.

Sem revelar a composição da equipa, o governante explicou que a mesma já está a trabalhar e deverá apresentar um relatório detalhado sobre o assunto. “Para a averiguação de todo este cenário, foi já constituída uma comissão de inquérito, de modo a perceber todo o enredo de como se desenrolou este processo de fuga”, afirmou.

“Estamos preocupados com este assunto, mas a formação desta comissão de inquérito é o ponto certo. Queremos uma explicação de como foi possível o acontecimento de tal acto, se foi por negligência, ou não, de um colega nosso, ou se houve alguma colaboração externa”, acrescentou.

Suaze sublinhou que o Executivo não estabeleceu prazos para a conclusão do relatório, estando a aguardar pelos primeiros dados. “A comissão tem também a missão de analisar detalhadamente o caso dos reclusos que morreram durante a operação de busca e captura”.  

Moçambique vive, desde segunda-feira (23), uma nova fase de tensão social, na sequência de protestos contra os resultados das eleições gerais que culminaram com confrontos entre manifestantes e a polícia.

O Conselho Constitucional (CC) proclamou o candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 9 de Outubro.

O anúncio provocou novo caos em todo o País, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane – que obteve apenas 24% dos votos – nas ruas, colocando barricadas, promovendo pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar repor a ordem.

Pelo menos 134 pessoas morreram desde segunda-feira nas manifestações pós-eleitorais, elevando para 261 o total de óbitos desde o dia 21 de Outubro, e 573 baleados, segundo o último balanço feito pela Plataforma Eleitoral Decide.

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