Venâncio Mondlane Quer Eleição de Novos Governadores e Administradores Nos Dias 6 e 7 de Janeiro • Diário Económico

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Depois de ter anunciado na passada quinta-feira (26) que o País entraria numa nova fase de manifestações a serem anunciadas na segunda-feira, 30 de Dezembro, Venâncio Mondlane, através da sua conta da rede social Facebook, anunciou este domingo (29) que o povo deverá eleger novos governadores, administradores, chefes de quarteirões e secretários dos bairros nos dias 6 e 7 de Janeiro que se avizinha. E abriu também a porta a algum abrandamento da contestação ao longo dos próximos dias para que as instituições internacionais possam ajudar os moçambicanos e restabelecer as linhas de abastecimento no País.

“Nos dias 6 e 7 de Janeiro, em cada distrito, província, posto administrativo, localidade, bairro, quarteirão, iremos formar filas no candidato que pretendemos e vamos dizer que esse é o eleito”, disse, justificando que “estamos a começar a desenhar, na prática, o que é que pode ser a verdadeira democracia africana e moçambicana”.

O candidato presidencial também informou que no ano que vem pretende “uma nova bandeira no País em que vai ter que ser retirada a arma. É por isso mesmo que estamos a registar assassinatos, derramamento de sangue, raptos, fuzilamentos e execuções extrajudiciais. Temos que ter em conta que a bandeira representa o espírito do povo e a personalidade do Estado”, assinalou.

“Se há arma na bandeira, a nossa mentalidade também está armada. Então, vamos removê-la da bandeira. Convido os editores gráficos a participarem num concurso no dia 10 de Janeiro para fazer o projecto da nova bandeira de Moçambique”, explicou prometendo um prémio de 5 mil dólares a quem apresentar a melhor proposta.

Mondlane referiu-se ainda aos empresários que tiveram os seus bens pilhados e vandalizados durante as manifestações e prometeu ressarci-los. “Empresários que perderam os seus negócios, precisamos de assumir a responsabilidade e, a partir da nossa tomada de posse, vamos abrir um fundo de garantia bancária de 600 milhões de dólares para financiar a revitalização de todos os negócios que foram prejudicados”, garantiu sem explicar como irá ser financiado esse fundo.

“As fábricas, mercearias, supermercados, barracas, quiosques, todos aqueles que tiveram os seus negócios vandalizados pela Frelimo, SERNIC, polícia, o próprio Estado vai assumir um fundo de garantia bancária para revitalizar todos estes negócios. Temos dinheiro para isso. Não pensem que não temos. O que acontece é que alguns sempre usaram esse dinheiro para si próprios. É por isso que você tem presidente de um país pobre como o nosso, mas tem uma avioneta privada ali no aeroporto de Mavalane”, acrescentou.

Mondlane apelou ainda à sociedade moçambicana a mudar também os nomes das principais avenidas do País. “Vamos trocar essas avenidas com nomes comunistas. Estes não têm que ser dados pelo município ou pelo Governo central. Os nomes das ruas de um bairro têm que ser dados pelas pessoas que vivem no bairro. O chefe do quarteirão ou do bairro com a população é que vão dar os nomes aos bairros e às respectivas ruas”, disse.

O candidato presidencial também disse que quer rever a Constituição da República. “Queremos também uma nova Constituição da República. Vamos apresentar o projecto de revisão no dia 15 de Janeiro. Temos que também começar a preparar as molduras com a foto do Presidente do Povo”, disse.

O Conselho Constitucional proclamou na segunda-feira (23) Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, assim como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 9 de Outubro.

Este anúncio provocou o caos em todo o País, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane – que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24% dos votos – nas ruas, colocando barricadas, promovendo pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar repor a ordem.

Texto: Nário Sixpene

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