
“Cabo Verde Tem Mais Laboratórios Cinco Anos Após a Covid-19”
a d v e r t i s e m e n tEspecialistas em saúde afirmaram nesta quarta-feira, 12 de Fevereiro, que Cabo Verde dispõe de melhores laboratórios e maior capacidade para enfrentar doenças, no dia em que se assinalam cinco anos após a chegada da covid-19 a África.
“Foi possível instalar, rapidamente, laboratórios de alta tecnologia” no país, expandir outros, ligados à virologia, e “implementar uma unidade de sequenciação genómica”, que permite vigiar novas ameaças, afirmou a presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), Maria da Luz Lima.
As melhorias permitem que o arquipélago possa diagnosticar doenças virais sem necessidade de enviar amostras para o exterior, o que representa um avanço face à situação anterior à pandemia.
Maria da Luz Lima referiu ainda que, apesar dos desafios iniciais, como a inexistência de vacinas e a falta de meios de diagnóstico, Cabo Verde conseguiu dar uma boa resposta à pandemia, com uma comunicação eficaz e articulação entre os sectores afectados.
O bastonário da Ordem dos Enfermeiros de Cabo Verde, Aniceto Santos, salientou que a pandemia trouxe “consequências desastrosas”, como a perda de vidas (414 mortes devido), mas também resultou em melhorias nas infra-estruturas de saúde e no reforço de profissionais, aliviando a sobrecarga dos serviços.
“Parece que tudo está a evoluir positivamente”, referiu Aniceto Santos.
Já o economista António Batista indicou que o impacto da pandemia nos negócios teve implicações no bem-estar da população, com aumento do desemprego e encerramento de muitas empresas.
Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, Cabo Verde registou 64 mil casos de covid-19 e 414 óbitos
“Houve perdas irrecuperáveis”, sublinhou o economista, acrescentando que a pandemia trouxe mudanças nos hábitos, como o teletrabalho e o ensino à distância.
Segundo Batista, o apoio do Governo foi insuficiente para os mais afectados, uma vez que os recursos foram canalizados para o sector da saúde.
“Muitos até já se esqueceram da covid-19, mas o medo e a precaução persistem”, afirmou.
Jacob Vicente, especialista responsável pelo único Centro de Atendimento Psicológico na capital cabo-verdiana, considerou que Cabo Verde reagiu bem à pandemia, mas alertou para as consequências psicológicas deixadas pela crise.
“O esgotamento e o cansaço mental tornaram-se comuns, a ansiedade aumentou e a depressão disparou. Temos pessoas com insónias há meses ou anos e que se queixam de falta de memória”, referiu o especialista, referindo que os ataques de pânico e a intolerância no trabalho também cresceram.
O primeiro caso da covid-19 em Cabo Verde foi confirmado a 19 de Março de 2020, num turista britânico.
Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, Cabo Verde registou 64 mil casos de covid-19 e 414 óbitos.
Fonte: Lusa