
Governo e Sector Privado Procuram Parceiros Para Dinamizar Negócios • Diário Económico
O Ministério da Economia (MINEC) e a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) estão a trabalhar no sentido de juntar esforços para definirem medidas estruturais a serem implementadas a curto, médio e longo prazo, para recuperar a economia nacional, após mais de dois meses de manifestações gerais.
Os protestos vividos no País causaram danos económicos avultados, o que retraiu o ambiente de negócios e diminuiu a atractividade perante os investidores. Por isso, o Governo considerou “crucial” trabalhar em conjunto com a classe empresarial no sentido de conquistar a confiança dos parceiros.
“É crucial fazer a mobilização de mais parceiros para a definição de uma agenda com vista a melhorar o ambiente de negócios. Para tal, é necessário a geração de empregos, para que o sector produtivo faça o seu papel e contribua para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)”, afirmou o director nacional do Comércio Externo ao nível do MINEC, Claire Zimba.
Falando durante um encontro com o sector privado, o responsável sublinhou que a destruição não só afecta os investidores pela redução da capacidade de oferta, mas também os moçambicanos porque perderam os seus empregos. “Devemos recuperar a imagem do País como um destino de referência para a componente do turismo”, frisou.
Encontro entre a CTA e o Governo
“O MINEC, enquanto ponto focal do Governo junto do sector privado, vai estabelecer mecanismos de interacção, centrado numa análise mais pragmática sobre medidas estruturais a curto, médio e longo prazo do processo da nossa transformação económica, virada para a recuperação, sobretudo nas zonas mais afectadas pelos protestos”, acrescentou.
No que diz respeito às Pequenas e Médias Empresas (PME), Zimba avançou estar “em curso um processo de levantamento mais exaustivo para se saber ao certo quantas foram afectadas pelas manifestações violentas que culminaram com o saque e a destruição de estabelecimentos comerciais.”
Por seu turno, o presidente do pelouro do sector de Comunicação e Informação da CTA, Paulo Oliveira, referiu que a economia não será capaz de se desenvolver sem a geração de empregos para a população, alertando que “devido aos impactos negativos dos protestos, há empresas que não voltarão a abrir as suas portas”, umas por falta de capacidade e outras por falta de moeda para requalificar a sua indústria.
Oliveira considerou que a situação está difícil para todos, inclusive para os empresários que não encerraram as portas. “Estamos a fazer sacrifícios grandes para tentarmos salvaguardar os postos de trabalho e cumprirmos as nossas dívidas e obrigações.”